Parece que o circo está montado em Londrina, e os protagonistas são os vereadores Deivid Wisley e Daniele Ziober, ambos eleitos com uma paixão compartilhada: a causa animal. O que deveria ser um compromisso em prol do bem-estar dos bichinhos parece ter se transformado em um duelo de egos políticos. A ironia do cenário não passa despercebida, principalmente considerando que o mesmo Deivid Wisley é aquele que adora protagonizar vídeos resgatando vira-latas caramelo nas redes sociais.
Na esteira do recente protesto dos carroceiros, ocorrido na segunda-feira (21), a troca de farpas entre os vereadores se tornou o entretenimento político da vez. A vereadora Daniele Ziober alçou a voz nas redes sociais, alegando que desde 2019 a atuação dos carroceiros está proibida nas áreas urbanas da cidade. No entanto, Ziober se apressou em pontuar que a proposta não foi totalmente concretizada, uma vez que faltam cursos e locais designados para que os carroceiros possam atuar, causando um vazio de regulamentação que parece virar brinquedo nas mãos dos políticos.
Mas eis que entra em cena Deivid Wisley, o defensor dos vira-latas caramelo. O mesmo Wisley que frequentemente aparece nas redes sociais, capa de revistas e talvez até mesmo nos sonhos de uns e outros, resgatando cachorrinhos abandonados das ruas. Porém, desta vez, em vez de resgatar bichinhos, ele resolveu resgatar a própria imagem.
Wisley, também defensor da causa animal, utilizou o espaço cibernético para fazer um contraponto acalorado a Ziober. A razão? Wisley é o pai do projeto que propõe mudanças na Lei nº 11.468, de 29 de dezembro de 2011. Uma mudança que visa substituir a tração animal por veículos de propulsão humana ou mecânica na coleta de materiais recicláveis.
Enquanto o circo pegava fogo nas redes sociais, o protesto dos carroceiros acontecia na cidade, demonstrando o quão controversa e desafiadora é a questão. O cenário toma contornos quase cômicos ao considerarmos o estrelato momentâneo de Wisley, cujas postagens de resgates emocionantes dividem espaço com sua inegável paixão por holofotes.
Como os holofotes brilham, a troca de farpas continua, e os vereadores, que deveriam lutar pelo bem-estar animal, parecem mais interessados em ganhar a mídia. A ironia do momento não se perde: a causa animal se vê sendo debatida em meio a uma disputa que, no final das contas, parece ser mais sobre quem ganha a atenção do público e os créditos com o projeto do que efetivamente sobre os peludos de quatro patas.
Quem diria que a causa animal teria um lugar de destaque no picadeiro político?
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