Imagem do anúncio

Beyoncé faz história no Grammy 2025 em categoria country

A cantora venceu a categoria "Melhor Álbum Country" com o disco "Cowboy Carter"

5 min de leitura
Divulgação: Este site contém links de afiliados. Ao clicar neles, você já ajuda a apoiar nosso trabalho, sem qualquer custo adicional para você. Cada clique faz a diferença e nos permite continuar trazendo conteúdo de qualidade! ❤️
Divulgação

Com o álbum “Cowboy Carter”, Beyoncé vence a categoria “Melhor Álbum Country”, e se torna a primeira artista negra a vencer uma categoria country no Grammy em mais de 50 anos de premiação. 

O álbum lançado em março de 2024 pela artista, foi sucesso tanto nos charts quanto na crítica. Em seu lançamento, o projeto alcançou o primeiro lugar da Billboard 200, principal parada de sucessos da indústria da música e o single “Texas Hold Em” também alcançou o topo da Billboard Hot100, sendo a 9° vez que a artista alcançou tal feito.  

Importantes jornais como “Rolling Stone “, “The Guardian” e “The New York Times”  exaltaram Beyoncé pela sua constância em projetos que inovam o mercado e moldam a história da música, além da qualidade na produção e composição do álbum que marcou a história da música country negra. 

A última vez que uma artista negra foi contemplada com um gramofone na categoria country foi em 1974, o grupo Pointer Sisters venceu a categoria “Melhor Performance Vocal Country de um Duo ou Grupo” com a canção “Fairytale”. 

Esta vitória ganha um peso ainda maior quando se olha o retrospecto da artista com os artistas country. Beyoncé lançou “Cowboy Carter” após um evento polêmico no Country Music Awards de 2016, onde a cantora apresentou a canção “Daddy Lessons” de seu álbum “Lemonade” junto do grupo The Chicks e, na ocasião recebeu críticas antes mesmo de subir ao palco.  

Ao ser anunciada, parte do público criticou a escolha de Beyoncé que na época vinha sendo amplamente criticada pela supremacia branca norte-americana desde sua participação no Super Bowl, onde fez um tributo ao movimento dos Panteras Negras. 

E o convite da cantora para as The Chicks também não agradou. Afinal, o grupo, criticou duramente, em 2003, a forma como George W. Bush lidava com a Guerra do Iraque. Por isso, a apresentação acabou se tornando ainda mais polêmica. 

No dia de sua performance, a cantora enfrentou também dificuldades com o seu microfone, que ficou com o som baixo. Além de todos problemas, Beyoncé teve que lidar também com diversas expressões descontentes na plateia e a performance sequer receber uma menção no site da premiação.  

Beyoncé anunciou o lançamento de três projetos, divididos em três atos que resgatam a presença afro americana nos ritmos escolhidos, após o enorme sucesso com o house/ballroom em seu primeiro ato com oe “Renaissance”, a estrela lancou como segundo ato o álbum “Cowboy Carter” de country, para lembrar que o gênero musical possui raízes negras. 

A história da música country tem suas raízes no banjo. Maria Juliana Figueredo Linhares, mestre em Música pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), explica que o banjo moderno evoluiu a partir de um instrumento da África Ocidental feito com cabaças, frutos esféricos e ocos, conhecido como Akonting. Quando as pessoas foram escravizadas e transportadas da África para o continente americano, levaram seus instrumentos junto. Ao longo de 400 anos, elas desenvolveram sua própria música, incluindo hinos, espirituais e de trabalho. 

Na indústria fonográfica, a partir da década de 1920, as grandes gravadoras queriam comercializar as músicas country, mas encontrariam dificuldades se o gênero incluísse artistas negros – na época, o país vivia a segregação racial sustentada pelas leis de Jim Crow e tocar músicas dos negros não lhes traria retorno financeiro. Por conta disso, as gravadoras dividiram os artistas e o público em duas categorias: 

“Hillbilly”, posteriormente denominada música country, direcionada especificamente para audiências brancas e produzida por artistas brancos; e “Race”, produzida por artistas negros para o público negro, posteriormente evoluindo para o R&B, sendo comercializada como música “Negra”. 

Isso levou a uma mudança na percepção do country, que passou a ser promovida como “música branca”. Nesse processo, a contribuição significativa de artistas negros foi efetivamente apagada. Após 50 anos com apenas artistas brancos levando este prêmio pra casa, Beyoncé faz história mais uma vez. 

ASSUNTOS:
Compartilhe
Sair da versão mobile