O governo de São Paulo revelou nesta quarta-feira (27) os planos para transferir sua sede administrativa do Morumbi para o Centro da capital, cumprindo uma promessa de campanha do governador Tarcísio de Freitas.
O projeto ambicioso prevê um investimento inicial de R$ 4 bilhões e implica a construção de uma nova estrutura na região dos Campos Elíseos, onde serão erguidos 12 prédios para abrigar não apenas o gabinete do governador, mas também as 28 secretarias do estado.
Durante o anúncio, Tarcísio de Freitas explicou a necessidade de realocar o Terminal Princesa Isabel para permitir a implementação do novo complexo administrativo.
“Nós temos a necessidade de desmobilizar alguns equipamentos. Por exemplo, dentro desse partido arquitetônico, daquilo que a gente quer, uma grande esplanada, onde a gente possa lá do início enxergar o Palácio dos Campos Elíseos, era fundamental, por exemplo, remover o terminal rodoviário e transpor esse terminal. Vou colocar, obviamente proporcione uma integração com o centro de transporte”, afirmou o governador.
A mudança exigirá a desapropriação de 230 imóveis residenciais localizados nos quarteirões que passarão por intervenções. Tarcísio de Freitas estima um investimento de cerca de R$ 500 milhões nas desapropriações.
O governo se comprometeu a compensar as famílias afetadas por meio de indenizações ou projetos habitacionais, garantindo-lhes prioridade nesse processo. Já novo endereço do terminal ainda não foi divulgado oficialmente, mas espera-se que isso aconteça concomitantemente ao lançamento da Parceria Público-Privada (PPP) para o projeto.
Para viabilizar a iniciativa, o prefeito Ricardo Nunes enviou à Câmara Municipal um projeto que prevê a doação da área da Praça Princesa Isabel para o governo estadual. Tarcísio de Freitas assinou uma Declaração de Utilidade Pública (DUP), com validade de 5 anos, para dar ao poder público o direito de desapropriar a área em torno do Palácio dos Campos Elíseos, transformando-a em zona de interesse público.
Vamos trazer uma série de equipamentos pra cá (Centro), para que as pessoas voltem a circular por aqui”, disse o governador, destacando a importância da revitalização da região.
Além disso, Tarcísio mencionou planos de trazer habitação de interesse social e de médio padrão para o Centro. “É um processo de revitalização paulatino, que vai despertar o interesse da iniciativa privada e essa é nossa aposta”, completou.
O governo lançou um concurso para escolher o projeto arquitetônico da “esplanada”, sendo este o “maior concurso de arquitetura desde Brasília (plano piloto)”, conforme Guilherme Afif Domingos, secretário especial de Projetos Estratégicos do Estado de São Paulo. O vencedor será definido em agosto e ficará responsável pelo projeto executivo, com custo estimado de até R$ 24 milhões.
A previsão é que a licitação para as obras ocorra ainda neste ano. A empresa ganhadora terá o direito de explorar o local pelos próximos 30 anos. A construção dos prédios deve iniciar em março de 2025, com entrega prevista para 2028, podendo se estender até 2029, já na próxima gestão estadual.
Na nova sede administrativa, os mais de 22 mil funcionários públicos terão suas áreas de trabalho reduzidas de 35 m² para cerca de 8m².
Enquanto isso, o Palácio das Bandeirantes, na Zona Sul de São Paulo, continuará como residência e gabinete do governador, abrigando também secretarias mais próximas, como Comunicação, Casa Militar e Casa Civil.