O socorrista médico do Grupamento Aéreo, Marcio Noragolli, ficou emocionado ao falar do atendimento às vítimas do grave acidente que deixou cinco mortos e um ferido na manhã desta terça-feira (10) na BR-116 em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O médico chorou e lamentou o acidente em uma época próxima ao Natal.
“Estou há 35 anos nesta profissão e ainda não consegui me acostumar. No dia que eu me acostumar, eu paro. Trabalhamos para fazer com que as pessoas voltem para suas casas, e quando não conseguimos, é muito triste”, disse.

VÍTIMAS
O acidente envolvendo quatro caminhões e um carro foi uma verdadeira tragédia. Quatro vítimas fatais estavam no carro de passeio. Duas das vítimas foram identificadas como Rogério Augusto de Carvalho, de 38 anos, que estava com o filho, o pequeno Ryan, de dez anos, e dois sobrinhos.
Segundo Geraldo de Carvalho, irmão de Rogério, ele havia entrado no carro dez minutos antes do acidente para ir até a Polícia Rodoviária Federal, recuperar o veículo do sobrinho Bruno Cristian, que havia sido apreendido. Outro irmão de Rogério havia ligado para ele e pedido para que ele acompanhasse o sobrinho até o local.
“Nosso irmão ligou e pediu para o Rogério acompanhar o Bruno que havia tido o carro apreendido no posto da polícia. Meu irmão acordou, levou nossa outra irmã no trabalho e depois pegou o filho para ir com os sobrinhos na polícia”
Quando os familiares estavam a aproximadamente 800 metros do posto da PRF, aconteceu a tragédia e todos morreram.
Além de Rogério de Carvalho, o filho Ryan Augusto de Carvalho, e os sobrinhos, Bruno Cristian dos Santos e Rafael Denk, o motorista Nilson das Neves Mann, de 34 anos, também morreu na tragédia. Ele dirigia um caminhão que foi esmagado entre outros dois caminhões.

MÃE PEDIU PARA RECONHECER O FILHO
A esposa de Rogério e mãe de Ryan não para de chorar. Ela precisou ser amparada pelos familiares para receber a triste notícia, mas resolveu, mesmo assim, ir até o Instituto Médico-Legal reconhecer o corpo do filho.
Segundo familiares, essa foi uma forma que ela encontrou de vê-lo pela última vez – já que não se sabe se o velório será com caixão fechado, devido ao estado das vítimas.
A violência do acidente chocou até os socorristas. Mas mesmo com a orientação da funerária que cuida dos preparativos do velório, para que a mãe não fosse identificar o filho, ela insistiu e manteve a decisão.
ACIDENTE
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, havia um congestionamento no local no momento do acidente. Normalmente, o trecho é movimentado pela manhã devido ao volume de caminhões no Contorno Leste de Curitiba.
O acidente aconteceu no KM 94 da BR-116. O primeiro caminhão colidiu contra um caminhão-baú, que foi prensado contra outro caminhão e por sua vez esmagou o carro onde estava a família contra um quarto caminhão.
Segundo a concessionária Arteris, que opera a rodovia, o trecho estava sinalizado e indicando que havia congestionamento.
