Em ressaca pós-título da Copa do Brasil, Flamengo e Atlético MG por ironia do destino se reencontraram logo após a decisão do último domingo. Com volta olímpica, e reservas tendo a oportunidade de jogarem no time titular, o Flamengo empatou com o Galo ainda sentido o golpe duro de ter perdido o título em casa.
O Jogo
No primeiro tempo, o Flamengo teve a oportunidade de inaugurar o placar com David Luiz, o zagueiro antes de cobrar a penalidade foi perguntado por Alcaraz se poderia deixar o argentino cobrar, porém, o brasileiro colocou a bola embaixo do braço e e ao cobrar, a bola parou com Éverson. Na coletiva, Filipe Luís comentou sobre a escolha de David Luiz ter cobrado o pênalti e defendeu o zagueiro.
Participo de todas as escolhas do meu time. Até os arremessos de lateral. O David Luiz e o Alcaraz eram os dois batedores de hoje. O David treina pênalti todos os dias. Tem uma média de acertos incrível. Acredito que o Everson conhecia ele, algo assim. Mas isso é absolutamente normal. O Charly poderia ter errado o pênalti. Todos estão sujeitos a isso. Eu tenho confiança nos batedores que eu escolho. Vejo ele treinar e sei da capacidade que ele tem. Ele bateu pênalti em final de Champions League — declarou o treinador.
Com o empate, o Flamengo alcança os 59 pontos, mesma pontuação do Internacional, mas pelos critérios de desempate o Rubro-Negro se mantém no G-4. Mesmo com o 0 a 0 no placar, Filipe Luís gostou do desempenho da equipe e elogiou o comportamento na partida.
Foi um jogaço do meu time. Saí extremamente satisfeito porque eu criei um modelo de jogo em que o torcedor se sinta representado. De atacar a todo momento, vertical, que tenha chances de gol. E eu vi esse modelo sendo representado por esses jogadores, que treinaram pouquíssimo juntos, nunca tinham jogados juntos. Foram muitas chances para fazer o gol, infelizmente a bola não entrou, mas o futebol é assim.– disse Filipe Luís.
Se o título da Copa do Brasil foi bastante marcado por tudo que ocorreu no ano Rubro-Negro, a comemoração pós-título no ambiente do Flamengo não trouxe paz para os arredores do Ninho do Urubu.
A declaração ainda no campo de que seria o último ano de Gabigol com a camisa do Flamengo, a notícia pegou a todos de surpresa, não somente aos torcedores como os jogadores que reagiram de maneira surpreendente. Contudo, essa declaração ficou em segundo plano quando na segunda-feira (11), o Flamengo comunicou Filipe Luís que o atacante e ídolo estaria afastado.
O fato ocorreu ainda no intervalo da final, quando o treinador resolveu tirar Gabigol para dar lugar a Bruno Henrique. Segundo pessoas presentes no local, o camisa 99 não gostou de saber que iria para o banco e disparou contra o ex-companheiro: “Ta achando que é o Guardiola“. O treinador comentou sobre o ocorrido, mas o tema não foi aberto a perguntas.
Primeiro, dizer que me entristece profundamente falar de um assunto desse depois de ser campeão. Sou grato a diretoria por ter confiado em mim em 2019, por ter me colocado aqui. Sou grato ao Gabriel, por tudo que ele fez pelo clube e por mim. Sobre o afastamento, devido a um episódio que aconteceu na final, fui comunicado pelo Marcos Braz de que ele não seria relacionado até segunda ordem. Esse é um assunto total do Marcos Braz e ele vai falar no momento que achar oportuno. Esse é meu pronunciamento, que me entristece profundamente. Não gostaria que esse assunto sujasse esse título que o grupo conquistou por um motivo extracampo – declarou Filipe Luís.
Mesmo afastado, Gabigol compareceu ao estádio e foi ao gramado onde ficou observando seus ainda companheiros. Contudo, o atacante havia dito que iria assistir a partida contra o Galo junto aos torcedores na arquibancada, mais precisamente onde fica as organizadas do clube, porém, por motivos de seguranças o atacante foi comunicado que deveria assistir ao jogo do camarote.
Se nos bastidores o clima não era totalmente de festa, nas arquibancadas a torcida era completo oposto. Com provocações, mosaico e faixa alusiva aquele domingo de título, a torcida Rubro-Negra comandou as bancadas e nem mesmo o placar zerado foi incômodo para quem se fez presente.
O mosaico foi só o começo de tudo que estava planejado para a noite de quarta-feira, gritos de: “Eu Acredito”, foram entoados nas arquibancadas como forma de provocar o time mineiro, grito esse que é um marco para os atleticanos e que ficou marcado justamente na Copa do Brasil.
Outra coisa que foi vista também e de forma mais dolorida para o Galo, foi a faixa estendida com o dizer; “1º campeão do galinheiro”. Os cariocas irão ficar marcados na história da Arena MRV (casa do Atlético-MG), como o primeiro a erguer um troféu na tão sonhada casa atleticana.