O governador Ratinho Junior (PSD) afirmou nesta segunda-feira (19) em entrevista coletiva, que um professor com ‘treinamento‘ teria sido o responsável por imobilizar o atirador que invadiu a Escola Estadual Helena Kolody em Cambé, e matou dois alunos.
Segundo Ratinho, os professores da rede estadual passaram por um treinamento oferecido pela Secretaria de Segurança há cerca de 60 dias, justamente para atuarem em situações como a que aconteceu ontem.
Assista:
O fato, no entanto, não foi bem assim. Não foi um professor, tampouco um funcionário da escola que evitou uma tragédia ainda maior. O herói por trás dessa história é o prestador de serviços Joel Oliveira, de 62 anos, que trabalha em uma clínica vizinha ao colégio.
Joel chegava para trabalhar quando escutou os tiros e os gritos de socorro. Agindo rápido, ele correu para a escola e impediu o assassino de continuar o massacre, depois de se identificar como policial e segurar o criminoso com o pé até a chegada das viaturas.
Conforme o trabalhador, o atirador havia colocado a arma em um banco no momento em que ele chegou – não se sabe ainda se para recarregar, ou se ele havia decidido parar o ataque naquele momento. As informações são do jornal O Globo.
Eu ouvi barulhos de tiros e vi muita correria das pessoas saindo da escola. Uma funcionária da clínica tem um filho na escola e outros amigos meus também, então me coloquei no lugar deles. Confesso que na hora nem pensei, foi um instinto natural correr em direção a escola para tentar salvar mais alunos. Quando cheguei lá, vi o atirador e me identifiquei como policial. Ele parecia estar desarmado e se rendeu”, contou Joel, que nunca passou treinamento de segurança para agir em casos de violência.
Conforme o relato, ele acessou a escola pela entrada principal. Nesse momento, o assassino estava atirando contra algumas vidraças. Ao virar em um dos corredores da instituição de ensino, ele se deparou com o atirador, que, segundo ele já havia largado a arma em cima do banco.
“Polícia, polícia!” gritou Joel, e o criminoso se rendeu de imediato.
O equívoco do governador ficou evidente diante da história de Joel, que verdadeiramente agiu como herói e impediu que mais vidas fossem ceifadas pelo terrorista que invadiu a escola.
Joel é funcionário de uma clínica de fisioterapia há 10 anos, e contou que ainda está ‘em choque’ diante do acontecido. Ele lamenta não ter conseguido chegar a tempo de salvar a vida do casal de namorados Karoline Verri Alves e Luan Augusto, ambos com 16 anos. A adolescente morreu no pátio da escola, enquanto o menino chegou a ser levado para o Hospital Universitário de Londrina, mas não resistiu e faleceu de madrugada.
Atentado
O ataque ao Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, foi registrado por volta das 9h da manhã desta segunda-feira (19).
O atirador, que era ex-aluno da escola, chegou ao local dizendo que queria uma cópia de seu histórico escolar. Enquanto aguardava, pediu para ir ao banheiro, mas na verdade seguiu em direção ao pátio, onde começou a fazer os disparos.
A arma usada por ele estava escondida dentro de uma mochila, onde a polícia também encontrou uma machadinha, carregadores e muita munição.
O colégio estadual atende os ensinos fundamental e médio. Após o ataque, o governador Ratinho Junior (PSD) decretou luto oficial de três dias. As aulas da instituição foram suspensas.
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