DIÁRIO 24H
BRASIL
A Polícia Civil de São Paulo não registrou como injúria racial o boletim de ocorrência do ator Diogo Cintra, que foi assaltado e espancado nas proximidades do Terminal Parque Dom Pedro II, no centro da capital paulista. O caso aconteceu na semana passada e foi divulgado pela vítima em suas redes sociais.
Segundo a delegada Gabriela Carvalho Pereira a injúria racial não está configurada. Conforme ela, ao ser indagado se houveram xingamentos relacionados ao fato dele ser negro, o ator disse que não.
“Em primeiro momento, ele disse que não foi atacado por sua etnia de forma verbal.”disse.
Diogo foi perseguido e atacado por agressores com um porrete. Os vídeos das câmeras de segurança foram publicados pelo site G1, da TV Globo e mostram que seguranças do terminal assistiram as cenas sem tomar nenhum tipo de providência para que as agressões cessassem.
Segundo a vítima, um dos seguranças, inclusive ajudou os agressores o arrastarem para fora do terminal. As imagens ainda mostram que após a agressão, o jovem retorna ao local muito machucado e é socorrido pelos seguranças. Todos os funcionários que aparecem nas imagens foram afastados da função.
O ator disse nesta terça-feira, que a ausência de palavras não descaracteriza o racismo:
“Não ouvi, mas não dá para dizer que não foi racismo só porque não ouvi uma palavra agressiva. A ação também conta. E conta muito mais do que uma palavra.”
O jovem disse que retornava de uma festa na companhia de teatro onde trabalha, quando foi abordado por dois homens que exigiram dele o celular e dinheiro. Como estava próximo do Terminal de Ônibus, ele tentou se esconder no local e pediu apoio dos seguranças.
“Cheguei no Terminal pedindo ajuda para a vigilância e a vigilante falou: ‘Corre, sai daqui. A gente não tem como fazer nada, só corre'”, disse.
O caso está sendo investigado pela delegacia especializada em crimes de intolerância.