Secretários mandaram executar construção irregular em Cascavel

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DIÁRIO 24H
CASCAVEL | EXCLUSIVO

Novas informações acerca dos indícios de corrupção em obra financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Cascavel vieram a tona na tarde desta sexta-feira (24), através da edição online do jornal Agora Paraná, de Curitiba.

Segundo a publicação assinada pelo jornalista Oswaldo Eustáquio, documentos obtidos revelam que a obra, cujo o prejuízo aos cofres públicos pode ultrapassar R$ 500 mil, foi chancelada pelos secretário de Obras Jorge Lange, e Planejamento, José Fernando Dillenburg.

Os documentos do processo comprovam que fiscais da empresa Contersolo atestaram a obra: “Material aplicado, medição de acordo com o projeto licitado” – informa o documento. No entanto, imagens obtidas pela reportagem revelam que, diferente da licitação que dizia ‘tubos de aço’, a construção foi feita utilizando concreto, material pelo menos três vezes mais barato do que o contratado.

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A suspeita veio a tona após o secretário de Meio Ambiente, Juarez Berté, travar a obra. A secretaria de Berté é responsável pela ordenação da construção do parque linear, que ficará no bairro Morumbi.

Ulysses Afonso Zaror, o fiscal da obra, disse que atestou a construção apenas em cumprimento de ordens que teriam sido proferidas pelos secretários Jorge Lange e Dillenburg: “A ordem para executar a obra com este material partiu dos secretários, tudo documento, apenas cumpro ordens”, disse.

A empresa Contersolo também confirmou que a execução da obra foi autorizada pelo poder público da forma que foi executada, mas seus representantes preferiram não comentar o caso. Os secretários José Fernando Dillemburg e Jorge Lange não atenderam as ligações da reportagem.

IMPROBIDADE

Especialista em direito Público, o advogado Maurício Leone disse que diante da comprovação explícita do dano ao erário todos os responsáveis pelo mau uso do dinheiro público podem ser enquadrados nos crime de improbidade administrativa sob a pena de multa, perda da função pública e devolução do dinheiro ao erário.

RACHA

A crise gerou um racha na administração pública de Cascavel. O prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) pode ter a sua administração atingida pelo escândalo, o que se agrava quando no início da mandato, Paranhos assinou decreto de intolerância aos atos de corrupção. Para contornar o caso, especula-se que os secretários serão exonerados.

Jorge Lange, que também é vice-prefeito, articula candidatura a deputado estadual. Em meio a suspeição contra ele diante dessa obra milionária do BID, seu projeto político fica comprometido. Caso o prefeito Paranhos decida pela exoneração de seu braço direito, pode superar a crise, mas evidenciará possíveis atos ilícitos de seus subordinados.

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