Vereadores são afastados e terão que usar tornozeleira eletrônica

Derick Fernandes
Por Derick Fernandes Deixe um comentário 4 min de leitura
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Na manhã desta quarta-feira (24), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriu mandados de busca e apreensão em Londrina, no norte do Paraná, em investigação sobre esquema de corrupção envolvendo vereadores, empresários e servidores públicos.

A operação acarretou no afastamento do presidente da Câmara, Mário Takahashi (PV), e do vereador Rony Alves (PTB), acusados de integrar um esquema de corrupção que consistia na atuação de agentes públicos que, mediante pagamento de propina, promoviam alterações pontuais no zoneamento urbano de Londrina. “O objetivo era alterar determinadas áreas da cidade que permitiam somente a instalação de empresas para viabilizar a construção de condomínios”, explicou Jorge Barreto da Costa, promotor e coordenador do Gaeco. Os vereadores e outras nove pessoas serão monitorados por tornozeleira eletrônica, já que a Justiça não acatou o pedido de prisão feito pelo Ministério Público.

Os fatos foram apurados de 2013 a 2017. Nomes como Inês Dequech, ex-presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul), e Cleuber Brito, ex-secretário do Meio Ambiente, aparecem nas investigações. Ambos atuaram na gestão do ex-prefeito Alexandre Kireeff, que pode ser conduzido para prestar depoimento. De acordo com Costa, “todos os que foram mencionados serão ouvidos pelos investigadores”. O coordenador do Gaeco adiantou que onze pessoas estão sendo investigadas, mas que este número pode – e provavelmente vai – aumentar. “Não descartamos que novos fatos comecem a aparecer. É importante lembrar que todos os alvos encontrados foram intimados para se apresentar para colocar a tornozeleira. Quem não aparecer dentro de 24 horas terá a prisão preventiva decretada”, disse.

O Gaeco encontrou cinco armas de fogo na casa de um servidor municipal, que foi preso e acusado de facilitar trâmites de procedimentos executivos. No legislativo, a atuação ficou por conta dos vereadores, que “encaminhavam projetos na Câmara e facilitavam aprovações”, segundo Alan Flore, delegado do grupo. Os empresários, parte importante do esquema, adiantavam o andamento dos projetos aprovados. A princípio, o Gaeco trabalha com a hipótese de associação criminosa.

Costa afirmou que “os valores identificados variam de R$ 100 mil a R$ 1 mi, mas os valores reais e quanto ficou para cada um ainda são objeto de investigação”. De acordo com ele, o dinheiro não chegava diretamente às mãos dos agentes públicos, mas circulava entre os empresários, que atuavam no sentido de beneficiar o grupo.

O afastamento cautelar de Rony Alves e Mário Takahashi será por 180 dias. Depois deste período, se não houver pedido de prorrogação, eles voltam a exercer as funções públicas. Durante os seis meses, o MP também pode requerer a prisão, caso haja elementos para tanto. Os vereadores estão proibidos de se comunicar com outros investigados e de entrar na Câmara Municipal, bem como Evandir Duarte de Aquino, chefe do gabinete de Alves.

O vereador Ailton Nantes (PP), vice-presidente da Casa, assumirá o cargo de presidente. Por ora, os vereadores afastados não serão substituídos pelos suplentes.

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Derick Fernandes é jornalista profissional (MTB 10968/PR) e editor-chefe do Portal i24.
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