Nesta quinta-feira (1º), a Polícia Federal ouviu 14 investigados pela Operação Quadro Negro, cujo foco é um desvio de R$ 20 milhões na construção e reforma de escolas estaduais.
Um assessor e dois secretários do governador Beto Richa (PSDB) prestaram depoimento: Ezequias Moreira, secretário de Cerimonal e Relações Internacionais; Deonilson Roldo, secretário de Comunicação; e Ricardo Rached, assessor da governadoria. Eles foram citados em delação premiada pelo empresário Eduardo Lopes de Souza, dono da Construtora Valor, que venceu sete contratos para obras nas escolas.
Souza afirmou que entregou cerca de R$ 12 milhões, desviados das obras da Valor na Secretaria de Educação, ao ex-diretor da secretaria, Maurício Fanini, apontado como um dos principais envolvidos no esquema. Ele também negocia delação premiada. O montante era destinado à campanha de Richa à reeleição.
Segundo o empresário, Fanini afirmou a ele que os maiores arrecadadores do “caixa dois” eram Ezequias Moreira, Luiz Abi Antoun, parente do governador, e Deonilson Roldo. Abi foi preso e processado por fraude em contratos com o governo e por envolvimento na Operação Publicano, que apura corrupção na Receita Estadual.
Souza disse que Fanini dividia o dinheiro entre Moreira e Abi e que, às vezes, o dinheiro era repassado a Ricardo Rached.
Rached e Moreira não comentaram as acusações. Deonilson Roldo negou tudo: “Primeiro eu quero dizer que estive aqui não na condição de investigado. Eu não sou investigado. Eu vim aqui como testemunha de acusação, porque essa investigação começou no gabinete do governador, em março de 2015. Tanto o governador, quanto o povo do Paraná quanto eu pessoalmente nos consideramos vítimas desse processo, das ações criminosas que foram perpetradas por essas pessoas que estão relacionadas na Operação Quadro Negro”, disse.
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