O som ensurdecedor de uma mistura de músicas embala a noite de domingo para centenas de jovens na Praça 29 de Julho, em Paranaguá. O local que agora é chamado de Praça Mário Roque, por anos serve como um verdadeiro point no final de semana. Um endereço onde moradores próximos, como os da Ilha dos Valadares, encontram o lazer na falta de um parque de verdade.
Mas desde que foi inaugurada em 1999, a praça tão querida dos parnanguaras e palco de grandes shows nacionais, como o de Vanessa da Mata em 2012, não vê mudanças positivas, e pelo contrário, assiste abandonada a sua própria degradação.
O local vem se tornando um acampamento para moradores de rua e pessoas mal-intencionadas, que muitas vezes praticam assaltos no local, que é ermo e mal iluminado durante a noite. Aliás, não é exagero dizer também, que toda a área turística de Paranaguá está abandonada, inclusive, a centenária Rua General Carneiro, ou rua da praia. Os casarões históricos que poderiam servir para abrigar belos Pub’s e um setor gastronômico, estão caindo aos pedaços.
Ainda na Praça 29 de Julho, a Tutóia, um palco construído para abrigar as apresentações artísticas em festividades locais, encontra-se apenas com a sua base e alguns ferros expostos em um formato estranho – encorajando turistas imaginarem que aquilo é um monumento da cidade.
Em 2012 durante as eleições municipais, promessas de transformar a praça e revitalizá-la foram feitas, mas não foram cumpridas. O ex-prefeito Mário Roque tinha como uma de suas vontades, construir um boulevard no mais legítimo estilo litorâneo, com várias palmeiras, e uma avenida circundando todo o traçado da orla do mercado, passando por baixo da ponte da Ilha dos Valadares e cruzando a Ponta do Caju, onde encontraria a rua Domingos Peneda.
Nada disso foi feito e a fatalidade de seu falecimento no início do novo mandato, adiou os planos ambiciosos para o turismo de Paranaguá. Entretanto, em 2013, um resquício de esperança surgiu: um grandioso e chamativo tapume colorido foi colocado no entorno do Aquário, anunciando as obras tão esperadas do resgate do cartão postal parnanguara.
A época pré-eleitoral, o Governo do Estado, que seria o apoiador financeiro das obras, viu ali um bom espaço para anunciar os “bem feitos” de Beto Richa na cidade – afinal, isso seria bom para a reeleição do governador no ano seguinte. Não é arriscado dizer ainda que as cores azul e amarelo da iluminada propaganda, não foram propositais.
No fim, passaram-se três anos, o tapume apodreceu, foi retirado, e a Praça 29 de Julho assim como toda a orla de Paranaguá segue degradada sem sequer haver um esforço da prefeitura para que o projeto caminhe, apesar da cidade com seu PIB contribuir muito com o estado, sendo o sexto maior entre todas os municípios paranaenses.