CURITIBA, PR
Diário do Estado
Um jovem de 16 anos morreu após ser esfaqueado por um colega em uma das 835 escolas ocupadas pelo movimento Ocupa Paraná, liderado pela UPES e UJS. A ocorrência registrada em Curitiba na tarde desta segunda-feira chocou pais, alunos e professores do Colégio Safel, no tradicional bairro de Santa Felicidade.
Segundo a Polícia Militar, um desentendimento entre os menores provocados pelo uso de drogas sintéticas pode ter sido a motivação do ato violento. O jovem foi encontrado sem vida no banheiro da unidade escolar com ferimentos por golpes de faca quando já era perto das 16h. Na sequência vários pais desesperados por informações se aglomeraram na porta da escola ocupada desde o dia 14 de outubro.
O movimento “Ocupa Paraná” emitiu nota alegando inicialmente que o jovem não era aluno do colégio, mas depois corrigiu e disse que o menino não participava da ocupação e tinha ido na escola, para participar de atividades durante a tarde, quando aconteceu a tragédia. A Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) esteve local para colher as primeiras informações sobre o caso, que é tratado com prioridade pelas polícias Civil e Científica. Pais, alunos e representantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PR também foram para a frente da escola.
Após morte de aluno, governo critica ocupações
e pede que movimento seja encerrado
e pede que movimento seja encerrado
O governador Beto Richa (PSDB) se posicionou através das redes sociais sobre o fato lamentável em Curitiba. Ele tornou a criticar o movimento de ocupações nas escolas e clamou aos pais que busquem seus filhos. Richa ainda afirmou que se trata de uma “tragédia chocante, que merece uma profunda reflexão de toda a sociedade” e prestou condolência à família do jovem.
Richa ainda classificou a situação como gravíssima e disse que as ocupações ultrapassaram o limite do bom senso: “É ainda mais gravíssimo e lamentável, porque [a morte] aconteceu no interior de uma escola ocupada […] Peço ainda, mais uma vez, que os estudantes encerrem esse movimento”. “A ocupação de escolas no Paraná ultrapassou os limites do bom senso e não encontra amparo na razão, pois o diálogo sobre a reforma do ensino médio está aberto, como bem sabem todos os envolvidos nessa questão”, disse na postagem.
Confira a nota na íntegra
“A morte do estudante * de 16 anos, é uma tragédia chocante, que merece uma profunda reflexão de toda a sociedade. É ainda mais gravíssimo e lamentável, porque aconteceu no interior de uma escola ocupada, que deveria estar cumprindo a sua missão de irradiar a luz do conhecimento e a formação da cidadania.
Externo à família desse estudante a minha solidariedade neste momento tão doloroso. E renovo o meu apelo para que os pais redobrem o cuidado com seus filhos. Peço ainda, mais uma vez, que os estudantes encerrem esse movimento.
A ocupação de escolas no Paraná ultrapassou os limites do bom senso e não encontra amparo na razão, pois o diálogo sobre a reforma do ensino médio está aberto, como bem sabem todos os envolvidos nessa questão. Que não se aleguem quaisquer justificativas para a continuidade desse movimento que vem causando prejuízos à educação do Paraná.
É hora de responsabilidade e consciência sobre os direitos e deveres de estudantes, professores, famílias, autoridades e sociedade.”
*O nome foi ocultado para preservar a identidade do adolescente.
APP-Sindicato pede que ocupações não sejam criminalizadas
Uma das principais apoiadoras do movimento de ocupação das escolas no Paraná, a APP-Sindicato, entidade que representa os professores estaduais, liderada pelo dirigente petista Hermes Leão, pediu que o movimento das ocupações não seja criminalizado pela morte do adolescente. A nota ainda prestou condolências a família do jovem.
Confira na íntegra:
“A APP-Sindicato, que representa os trabalhadores em educação das escolas públicas do Paraná, se solidariza à família e ao movimento dos estudantes pela morte de um adolescente na tarde desta segunda-feira (24) no Colégio Santa Felicidade, em Curitiba.
Infelizmente neste momento triste, surgem tentativas de criminalização do movimento legítimo dos estudantes e vinculação do sindicato ao episódio. A APP-Sindicato repudia tais ações. Assim como a sociedade paranaense, esperamos a apuração do caso pelos órgãos competentes.
Segundo informações do movimento Ocupa Paraná, “não há nenhuma informação concreta sobre a motivação dessa morte e também nenhuma informação repassada aos mais de 10 advogados do movimento que estão proibidos de entrar no local para dar suporte aos outros estudantes da ocupação que estão lá dentro com a polícia civil”.”