Homem morto em “câmara de gás” da PRF foi abordado por estar sem capacete

Derick Fernandes
Por Derick Fernandes 1 comentário 3 min de leitura
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Foto: Reprodução

A falta do uso de capacete motivou a abordagem de quatro policiais rodoviários federais a Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos. Genivaldo conduzia uma motocicleta quando os integrantes da força de segurança deram ordem para que ele parasse. O homem morreu asfixiado depois que os agentes da PRF o colocaram em uma espécie de câmara de gás improvisada dentro da viatura.

De acordo com o boletim de ocorrência, a equipe de policiais rodoviários “visualizou uma motocicleta de placa OUP0J89/SE sendo conduzida por um indivíduo sem capacete de segurança, motivo pelo qual procedeu à sua abordagem. Foi dado o comando para que o condutor desembarcasse da moto e levantasse a camisa, como medida de segurança, no entanto a ordem foi desobedecida, levantando o nível de suspeita”.

O B.O e o nome dos policiais foram divulgados em uma reportagem do The Intercept Brasil. Os servidores que assinaram a ocorrência são Clenilson José dos Santos, Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Adeilton dos Santos Nunes, William de Barros Noia e Kleber Nascimento Freitas.

Eles são parte do Comando de Operações Especiais da PRF em Sergipe.

Os policiais foram afastados de suas funções depois que a própria PRF abriu investigação, além da Polícia Federal. A PF não admite que a morte de Genivaldo aconteceu por causa de abordagem violenta, mas o laudo preliminar do Instituto Médico-Legal (IML) revela que o homem morreu por asfixia.

O ministro da Justiça, Anderson Torres, fez uma postagem sobre o assunto:

VERSÃO DA PRF

Em uma nota divulgada à imprensa na quarta, a PRF anunciou a instauração de procedimento para apurar a conduta dos agentes envolvidos no caso.

“Ele foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil. No entanto, durante o deslocamento, passou mal, foi socorrido e levado para o Hospital José Nailson Moura, onde posteriormente foi atendido, e o óbito, constatado”, detalhou a corporação, sobre Genivaldo de Jesus Santos.

A PRF alegou ainda que a vítima resistiu “ativamente” à abordagem, e que tinham sido empregadas “técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo para sua contenção”.

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Derick Fernandes é jornalista profissional (MTB 10968/PR) e editor-chefe do Portal i24.
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