O Tribunal do Júri condenou a 14 anos e três meses de prisão, em regime fechado, a ex-policial civil Kátia das Graças Belo, acusada de matar a copeira Rosaira Miranda da Silva, em Curitiba. A vítima morreu depois que Kátia atirou contra pessoas que participavam de uma festa de fim de ano, em 2016, no Centro Cívico.
A irritação com o barulho da festa teria motivado o disparo efetuado por Kátia. Ela chegou a ser detida, mas respondeu a maior parte do processo em liberdade.
Nesta quinta-feira (26) Kátia foi condenada por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem a possibilidade de defesa da vítima. Na sentença, o juiz Daniel Ribeiro Surdi Avelar ressaltou que a pena foi agravada porque Kátia era policial civil, e por isso, devido ao seu trabalho, deveria ter noção acerca da letalidade de uma arma de fogo, e não teve.
A ex-policial não negava que tinha disparado com a arma de fogo, mas a defesa dela afirmava que a perícia não havia concluído que a bala que atingiu Rosaira tinha mesmo saído da arma da ré. A acusação, ao contrário, dizia que era inegável que a morte da copeira tinha sido provocado pelo disparo de Kátia. A vítima foi baleada na cabeça e morreu seis dias depois no hospital.
Depois do julgamento, a defesa informou que entrou com recurso no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Segundo seus advogados, a ex-policial poderá aguardar o resultado em liberdade, por se tratar de uma decisão de primeira instância. O pedido é que a sentença seja alterada e as qualificadoras do crime sejam retiradas.
CRIME
Em janeiro de 2017 a ex-policial foi indiciada e o delegado pediu prisão preventiva de Kátia. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público do Paraná.
Na ocasião do crime, a polícia identificou com base em testemunhos que o tiro disparado contra a copeira não havia sido o primeiro disparo efetuado pela ex-policial. Segundo os relatos, Kátia sempre agia dessa forma e impunha medo aos vizinhos.
Kátia das Graças Belo estava afastada dos serviços policiais e impedida de usar arma de fogo. Depois do fato, ela ainda atuou na área administrativa da Polícia Civil do Paraná, e chegou a ser promovida. A ex-policial foi demitida em 2021, pelo Conselho da Polícia Civil do Paraná.