PL de Bolsonaro insiste em questionar somente resultado do 2º turno

Partido quer anulação dos votos de 279 mil urnas de modelos anteriores a 2020 por suposto 'mau funcionamento'.

Redação
Por Redação 4 comentários 4 min de leitura
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Presidente do PL, Valdemar da Costa Neto durante coletivaFoto: Divulgação

No dia seguinte ao questionamento do resultado das urnas, o presidente do Partido Liberal, Valdemar da Costa Neto, convocou nesta quarta-feira (23) uma nova coletiva de imprensa para reforçar as críticas ao atual sistema de votação.

“Nós fizemos esse levantamento porque toda eleição tem que ser segura. O voto não pode ter dúvidas. O voto tem que ser seguro, e se isso for uma mancha na nossa democracia nos temos que resolver isso agora. É um problema muito sério. Como podemos viver com o fantasma das eleições de 2022?”, questionou.

Valdemar argumentou ainda que a solicitação à Justiça Eleitoral quer anular somente os votos proferidos no 2º turno, para evitar o que ele classifica como “grave tumulto processual”.

Embora documento encaminhado pela Coligação Pelo Bem do Brasil, composta pelo PL, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) alegue haver “desconformidades irreparáveis no funcionamento das urnas”, nesta quarta, Valdemar da Costa Neto, afirmou ter apresentado ao TSE “indícios de problemas” e disse ter direito de fazer tal questionamento, conforme previsto em lei.

Valdemar disse que, para questionar o primeiro turno, seria necessário envolver “um grande número de candidatos e de partidos”. Isto é, ele não quer causar problemas com os próprios aliados de seu partido, que se elegeram como deputados, senadores e governadores.

“A mídia em geral fez entender que não temos uma prova de mau funcionamento das urnas publicadas ontem. A Lei Geral das Eleições (Resolução 23.673, artigo 51) diz: as entidades fiscalizadoras poderão solicitar verificação extraordinária após o pleito desde que sejam relatados fatos e apresentados indícios”, afirmou Costa Neto em coletiva.

Auditoria

De acordo com o documento apresentado pela legenda, o Instituto Voto Legal (IVL) constatou ‘mau funcionamento das urnas com potencial para macular o segundo turno das eleições presidenciais de 2022’.

Com esse argumento, a coligação pediu que “sejam invalidados votos das urnas em que sejam comprovadas desconformidades de mau funcionamento”. O relatório tem 33 páginas e pede a anulação de votos computados em 279.336 urnas.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, por sua vez deu um prazo de 24 horas para que o Partido Liberal, legenda do presidente derrotado Jair Bolsonaro, envie ao TSE o relatório completo, incluindo análise de possíveis problemas também no 1º turno.

“As urnas eletrônicas apontadas na petição inicial foram utilizadas tanto no primeiro turno quanto no segundo turno das eleições de 2022. Assim, sob pena de indeferimento da inicial, deve a autora aditar a petição inicial para que o pedido abranja ambos os turnos das eleições, no prazo de 24 horas”, determinou o presidente do TSE.

Nesta quarta, o PL cumpriu o prazo de resposta, mas não de apresentação de documento. O partido alegou que somente o segundo turno foi alvo de auditoria. A sigla de Costa Neto ainda solicitou que “uma vez constatado o mau funcionamento e a quebra de confiabilidade dos dados extraídos de parte das urnas eletrônicas utilizadas no pleito, esse Tribunal Superior Eleitoral então adote, de forma consequencial, os efeitos práticos e jurídicos necessários para ambos os turnos das eleições gerais de 2022”.

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