Se há poucos anos atrás Londrina era considerada uma cidade tranquila e com trânsito ameno, a realidade atual escancara um problema que logo precisará de solução. A cidade tem mais carros nas ruas e a população cresceu de 2010 para cá. No entanto, a malha viária continua a mesma de 20, 30 anos atrás, sem grandes mudanças.
A expansão frenética da Zona Norte e da Zona Leste, bem como a explosão da construção civil principalmente na Gleba Palhano com a construção de vários empreendimentos, saturou ruas, avenidas e rodovias por onde antes era possível circular com certa agilidade.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022 a frota circulante na cidade era de 428.919 veículos totais. Em 2010, esse número era de 293.595 – o que em doze anos, representou um acréscimo de 135.324 veículos novos em Londrina.
Apesar disso, pouco se fez para acompanhar o avanço dessa demanda. O resultado é que agora, enormes congestionamentos prejudicam a mobilidade urbana principalmente nos horários de pico. Londrina não se planejou para ter um transporte público eficiente, ou desenvolver novos modais ao passo que a população crescia, e o trânsito também.
Principal acesso para a Zona Norte, a Rodovia Carlos João Strass, cujo a responsabilidade é do Governo do Paraná, representa bem esse problema que começa a se tornar crônico. Na altura do Conjunto Milton Gavetti, uma rotatória embanana o trânsito no cruzamento com a Avenida Sylvio Barros. Já existe um projeto desde 2011 para se criar um entroncamento com túnel no local, mas não houve empenho político para que ele fosse concretizado, e todos os dias milhares de veículos precisam passar pela ultrapassada e ineficiente rotatória.
Já falando da Zona Leste, cruzar a cidade pela Avenida Brasília é um castigo lá pelas 18h. Já era para Londrina ter seu contorno norte, com o desvio do trânsito pesado por fora da cidade, e por sua vez a requalificação da BR-369 como uma grande avenida, tal qual é a Linha Verde, em Curitiba, que no passado foi a “BR-116”.
Todo o trânsito da população que segue para a região da Avenida das Maritacas, do Parque Tauá, do Lindóia e de Ibiporã passa pelo trecho. Junto com ele, o fluxo de caminhões pesados e ônibus que seguem para São Paulo ou no sentido contrário, para Arapongas, Apucarana e Cambé.
Ao longo da BR-369, semáforos controlam o fluxo e embananam ainda mais a situação. Simplesmente faltam viadutos, passarelas e alças de acesso decentes. Some toda essa confusão com a presença de pedestres e ciclistas.
Com tudo isso, a tendência é que com o passar dos anos, se nada for feito, aumente o número de acidentes com vítimas e problemas de mobilidade. Em especial na Avenida Brasília e na Carlos João Strass, que cortam a cidade no eixo Norte-Sul e Leste-Oeste a solução precisa passar por grandes obras de infraestrutura e requalificação viária.
Londrina precisa pensar em viadutos, trincheiras, pontes e entroncamentos para, não somente promover a qualidade de vida da população, que perderá menos tempo em engarrafamentos, como também para se tornar atrativa para novos empreendimentos ao longo desses trechos.
VIADUTO DO GRÊMIO
Recentemente, o prefeito Marcelo Belinati deu sinais de que o assunto é tema de preocupação do executivo municipal. A equipe dele se reuniu com técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura do Transporte (DNIT) para pedir a autorização do órgão para construir o viaduto do Grêmio, projetado para ser uma conexão da Avenida Brasília (BR-369) com a Avenida Angelina Ricci Vezzozo.
A obra é esperada há mais de 26 anos e deve ser bancada pelo Governo do Estado e pelo Governo Federal, mas uma vez aprovada, será preciso ainda convencer o governo a executar os trabalhos. “O governador Ratinho Junior por exemplo, já deu sinais que tem interesse em fazer a obra”, resumiu o secretário Marcelo Canhada.
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