PARANAGUÁ, PR
Diário do Estado
Donos de postos de combustíveis de Paranaguá estão tentando na justiça, e com o apoio de vereadores, impedir a instalação de empreendimentos na cidade, que tenham a proposta de vender gasolina a preço mais baixo dos praticados atualmente.
Uma ação ao Ministério Público apresentada pelo vereador e vice-prefeito eleito Arnaldo Maranhão (PSB), conspira especialmente contra o empreendimento da rede Muffato Max, que pretendia inaugurar um ponto de venda de combustíveis na unidade local do hipermercado, a exemplo de como já é feito em outras cidades, como Cascavel, no oeste paranaense.
Manobra política
Com a chancela de proprietários de postos em Paranaguá (alguns com o controle de até quatro empreendimentos), um projeto de lei foi aprovado em regime de urgência na Câmara, com o objetivo de dificultar a abertura de postos de combustíveis na cidade. O plano, segundo apuração do Diário do Estado, tem como foco “reprovar” empreendimentos com distância inferior de 500 metros entre eles.
Na prática, o cartel dos combustíveis angariou votos para passar o projeto de lei, e assim “fechar” um único grupo, que controla todos os postos de combustíveis em Paranaguá, e que vendem o produto em preços combinados. Qualquer um, fora desse grupo, que tenha por intenção investir em empreendimentos que vendam gasolina a preço mais baixo, irá esbarrar na lei, defendida por Arnaldo Maranhão.
O prefeito Edison Kersten sancionou o texto há menos de 20 dias de deixar a prefeitura para o próximo prefeito, Marcelo Roque (PV) assumir o cargo.
Preços Combinados
Postos da capital por exemplo, vendem o mesmo combustível produzido na Refinaria Getúlio Vargas em Araucária por um valor pelo menos R$ 0,20 mais baixo, do que os valores praticados em Paranaguá. Parece irrisório, mas em quantidade, rende milhares de reais em sobrepreço para os empresários locais.
Um exemplo é um comparativo entre um posto de combustíveis no centro de Paranaguá, e outro posto no centro de Curitiba. No litoral, o valor final do combustível é fixado em R$ 3,89 ante aos R$ 3,69 praticado na capital, uma diferença de R$ 0,20 centavos, em cidades com apenas 90 km de distância.
O Diário do Estado tentou ouvir os empresários locais sobre o assunto, mas ninguém deu retorno à reportagem.