Poucas horas depois de ser preso, o homem que confessou ter assassinado com 13 facadas menina Emanuelle Pestana de Castro, de 8 anos, em Chavantes (SP), foi encontrado morto no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cerqueira César, onde estava detido.
Aguinaldo Guilherme Assunção, de 49 anos, havia confessado o crime. Emanuelle saiu de casa na tarde de sexta-feira (10) para brincar em um parquinho próximo da casa onde morava, no bairro Três Cantos, quando desapareceu. O corpo dela foi encontrado três dias depois em um canavial.
Foi o próprio assassino que apontou para a polícia onde estava o corpo. Ele contou à Polícia Civil que matou a garota por vingança contra a mãe dela, que conforme seu depoimento, não deixava a menina brincar com o enteado dele. A versão, no entanto, é contestada pelos policiais, que acreditam que o homem tenha outro motivo.
Aguinaldo já havia sido preso em 1988 por ter assassinado o próprio irmão. Na ocasião, ele cometeu o crime durante uma briga de família, e já era descrito por conhecidos como uma pessoa agressiva.
O corpo dele foi encontrado na cela, com um lençol enrolado no pescoço, indicando que ele possa ter praticado suicídio. O corpo foi achado por volta das 6h50 desta quarta-feira (15), durante o procedimento de contagem de presos nas celas. Foi um agente penitenciário que encontrou o corpo de Aguinaldo e acionou os socorristas, que confirmaram o óbito.
Ele havia passado por audiência de custódia nesta terça-feira, onde teve a prisão preventiva decretada. O homem estava sozinho na cela.
REQUINTES DE CRUELDADE
Um exame necroscópico apontou que a criança levou cinco facadas no peito e oito facadas nas costas, e não teve nenhuma chance de defesa contra o homem. Depois do crime, o assassino fugiu e se escondeu na própria casa até ser descoberto pela polícia como o suspeito que se aproxima da menina em imagens de câmeras de segurança, registradas na tarde em que o crime aconteceu.
Antes disso, o criminoso chegou a participar de ações de busca por Emanuelle como voluntário, ao lado de amigos e familiares dela. Quando seu nome apareceu na mídia, uma multidão cercou a casa de Aguinaldo para linchá-lo.
Em seu depoimento, contou que convenceu a criança a ir até a área rural dizendo que colheriam mangas para presentear a mãe dela. Ele afirma que levou a menina de bicicleta até um canavial entre Chavantes e Canitar, cometeu o crime e enterrou parte do corpo às margens de um córrego.
O suspeito disse, ainda, que decidiu matá-la após uma briga entre familiares dele e de Emanuelle. Segundo ele, a mãe da menina não permitia que ela brincasse com seu enteado. A Polícia Civil não acreditou nesta versão e trabalha com a hipótese de crime com motivação sexual.
Laudo preliminar não confirmou a conjunção carnal, mas um eventual crime sexual não foi, de fato, descartado. Outros exames são aguardados. O caso foi registrado como homicídio qualificado e ocultação de cadáver.