17 de Julho, pode até parecer mais um dia comum como tantos outros, porém, há 30 anos essa data deixou de ser só mais uma e se personificou na eternidade do calendário Brasileiro e até mundial.
O Brasil naquele ano (1994), perdia um dos maiores ídolos da história do esporte, em maio, Ayrton Senna da Silva, morre em trágico acidente que ainda se faz presente nas lembranças de todos os brasileiros. Então com a conquista, até então, inédita do tetracampeonato, o coração de todos os brasileiros se acalentaram após o título e a faixa estendida por todos atletas e comissão em homenagem ao eterno piloto.
Antes da Copa do Mundo começar, o Brasil atravessava um jejum de 24 longos anos de frustrações, como naquele time lendário de 1982 com; Zico, Socrátes, Júnior e companhia, liderados pelo saudoso, Tele Santana. E isso se tornava ainda mais complicado pela forte pressão da mídia e no decorrer da competição, Parreira, precisou lidar com a perda de jogadores importantes como Ricardo Rocha e Leonardo, e também por tirar Raí do time titular o que não deve ter sido nada fácil, já que o craque era um dos principais jogadores daquele elenco.
A CAMPANHA NA COPA:
“Jogar a Copa, foi mais fácil do que as eliminatórias”, segundo o próprio Parreira, que tinha ao seu lado grandes nomes da história do futebol brasileiro, como Zagallo (Coordenador Técnico), Américo Faria (Supervisor) e Lídio Toledo (Médico), que vinham juntos desde a copa de 1970, segundo o mesmo.
A pressão no Brasil era enorme por tudo que já havia acontecido durante esses 24 anos de jejum, e a convocação para a Copa do Mundo, nos Estados Unidos, deixou ainda mais os nervos a flor da pele, um dos nomes que foi bastante questionado pela imprensa e criticado era o de Dunga, por tudo que tinha acontecido no campeonato mundial de 1990. Mas, Parreira bancou o nome do volante e capitão e no final veio a redenção, Dunga foi um dos pilares da equipe, ajudando tanto na marcação quanto na armação.
Pela fase de grupos o Brasil foi bastante consistente e apresentou um bom futebol nas duas primeiras partidas. Já no jogo contra a Suécia, a seleção enfrentou dificuldades para sair da forte marcação e ficou somente no empate, veja como foram os jogos abaixo:
Brasil 2 X 0 Rússia – Gols: Romário e Raí
Camarões 0 X 3 Brasil – Gols: Romário, Marcio Santos e Bebeto
Brasil 1 X 1 Suécia – Gols: Kennet Andersson (Suécia) e Romário (Brasil)
Agora na fase de mata-mata, o Brasil enfrentava os donos da casa, no dia 4 de julho dia da independência dos Estados Unidos, data bastante comemorada pelos estadunidenses e feriado nacional. A seleção canarinho teve bastante dificuldade de chegar no 1/3 final do campo adversário e isso se agravou ainda mais depois da expulsão de Leonardo pra cima de Tab Ramos. Com passe de Romário, Bebeto marca e classifica o Brasil para as Quartas de Final:
Estados Unidos 0 X 1 Brasil – Gol: Bebeto
Quartas de Final, Brasil contra a Holanda. Confronto complicado, porém, em sua melhor partida o Brasil consegue sua classificação e esse é um dos jogos mais emblemáticos da campanha, a comemoração de Bebeto, balançando os braços em homenagem ao nascimento do filho Matheus e a cobrança de falta de Branco com Romário desviando, ainda perpetuam no imaginário brasileiro.
Brasil 3 x 2 Holanda – Gols: Romário, Bebeto e Branco (Brasil) e Dennis Bergkamp e Aaron Winter (Holanda)
Conforme o torneio iria avançando cada partida se tornava ainda mais difícil, o Brasil encarava mais uma vez a Suécia, porém desta vez a seleção fez diferente, com um jogador a mais o Brasil dominou o jogo, mas ainda sim o placar refletiu-se magro, o baixinho Romário colocou a seleção na final.
Suécia 0 X 1 Brasil – Gol: Romário
Se a Copa do Mundo fosse uma novela, a final do mundial era o desfecho extraordinário daquela obra. De cada lado os dois maiores campeões com três troféus e ali, no dia 17 de julho de 1994, no Rose Bowl, Pasadena. Somente um país se tornaria o maior vencedor. Na reedição da copa de 1970 que consagrou o primeiro tricampeão da história, agora tornava-se a batalha de quem seria o primeiro tetracampeão. Bom, o final dessa história a gente já conhece, nos pênaltis o triunfo brasileiro e o grito na garganta entoava o Rose Bowl e todo o Brasil, e na voz marcante de Galvão Bueno ao lado do Rei Pelé veio a eterna frase: “É TETRA, É TETRA, É TETRA”.
Brasil 0 x 0 Itália – Sem Gols
Pênaltis
Brasil 3 x 2 Itália – Batedores
Marcio Santos (BRA) – Perdeu Franco Baresi (ITA) – Perdeu
Romário (BRA) – Gol Demetrio Albertini (ITA) – Gol
Branco (BRA) – Gol Alberico Evani (ITA) – Gol
Dunga (BRA) – Gol Daniele Massaro (ITA) – Perdeu
Roberto Baggio (ITA) – Perdeu
Essa final ainda é muito lembrada por todos os brasileiros, o pênalti perdido de Baggio, a comemoração de Galvão Bueno e Pelé, a homenagem há Ayrton Senna, Dunga levantando o troféu e tantas outras. Ainda comemoraremos muito esse 17 de julho que está eternizado na memória do futebol brasileiro.