Imagens que flagram uma ação truculenta de guardas municipais de Maringá estão circulando em todo o Brasil. O vídeo mostra o dono de um lava jato, Adriano Rosa dos Reis, de 34 anos, sendo rendido por mais de cinco homens da Guarda Municipal.
Após levar um ‘mata leão’ de um dos guardas, o homem desmaia.
O fato ocorreu quando fiscais da Prefeitura de Maringá receberam uma denúncia, de que o lava jato de Adriano estaria descumprindo o decreto de isolamento social e fechamento do comércio. As imagens mostram os fiscais entrando no estabelecimento, que funciona no mesmo terreno onde Adriano mora com a família.
“Foram entrando, tem a filmagem aqui das câmeras. Eles já foram invadindo e multando. Falando que eu estava trabalhando, eu não estava trabalhando. Eu estava sentado na calçada, como as imagens mostram, que eu estava do lado de fora do estabelecimento,” disse em entrevista à rádio CBN de Maringá.
Segundo Adriano, o portão do local estava entreaberto. “Quando eu fecho o portão, aqui é minha residência. Só estava um pouquinho aberto porque eu estava sentado na calçada”, disse o comerciante.
Dono de lava jato de #Maringá desmaiou após receber ‘mata leão’ de Guarda Municipal durante ação de fiscalização da @prefsmaringa sobre o comércio aberto. #24Horas #Notícias #Paraná pic.twitter.com/EIt3NABnFj
— Portal 24Horas (@24horaspr) April 8, 2020
Ele conta que se sentiu humilhado, numa ação que considerou covarde.
“Covarde. Um monte em cima de uma pessoa só. Em nenhum momento eu reagi. Eu só não queria ser algemado, porque eu não sou bandido. Sou um trabalhador, pai de família. [Sobre ser algemado] fui só em uma mão, não conseguiram na outra. Eles me pegaram por trás, me deram um mata-leão e eu desmaiei. Eu lembro dentro da ambulância só e, depois, lá na delegacia”, contou Adriano Rosa.
O trabalhador ainda foi preso sob premissa de desacato. Ele foi solto após o prefeito de Maringá, Ulisses Maia, pagar a fiança de R$ 1 mil. A prefeitura divulgou nota afirmando que será aberta uma sindicância para apurar a conduta dos guardas.
Adriano tem vários problemas de saúde, como pressão alta, depressão e síndrome do pânico. Ele disse ainda que não sabe se voltará a trabalhar depois de toda essa situação. “A gente fica desanimado. Eu nem sei se vou voltar a abrir o lava jato depois de tudo isso, pois estou com sentimento de vergonha”, disse.