O Brasil superou a França e a Alemanha em número de casos confirmados do novo coronavírus. Até agora o país tem 178.800 infectados, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde e pelas Secretarias Estaduais. Com isso, o Brasil passou a ser o sexto país no mundo com mais infecções até o momento.
Ontem (12) a França tinha 178.349 casos, e a Alemanha somava 173.171, conforme os dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Universidade Johns Hopkins, que apura o número de casos globalmente.
O aumento de casos no Brasil acontece em um momento em que a pandemia da sinais de perda de força na Europa Ocidental. Vários países, com atenção maior à Itália e Espanha, eram o segundo epicentro global da Covid-19. É o caso também da França e da Alemanha.
Apesar do grande número de mortes, com quase 27 mil vidas perdidas na França, os franceses conseguem reduzir a velocidade da doença. A curva dos dois países é semelhante, porém, na Alemanha a letalidade é muito menor.
Ambos os países também apresentam novos casos todos os dias, mas já passaram o ponto de inflexão, que é o momento em que a pandemia perde o fôlego e para de acelerar, ou seja, ela não avança mais exponencialmente. Segundo especialistas em saúde, é aqui que entra os bloqueios sociais e lockdown das cidades. Eles sufocam o vírus por limitar a circulação de pessoas e o contágio.
Quando um país passa desse ponto de inflexão, é porque o pior está passando e a situação dos sistemas de saúde tendem a melhorar nas semanas posteriores.
O Brasil ainda está longe desse tempo. A linha do tempo do país está um mês atrasada a dos Europeus, e os dados até agora mostram que o Brasil está na curva de ascensão, com média de 8 mil casos confirmados em média por dia.
Entre os 10 países com mais casos da Covid-19, apenas a Rússia, Brasil e Irã estão acelerando o número de casos. A pior aceleração do mundo é a brasileira, como já demonstrou modelos dos cientistas da Imperial College, em seu último relatório específico sobre a situação do Brasil.
Ainda há outro problema: a subnotificação de casos. Todos os países do mundo enfrentam essa questão, entretanto, no Brasil a situação é mais grave e prejudica a precisão das análises, modelos e estudos para medidas a serem tomadas.
