Londrinense é considerado serial killer pela justiça dos EUA

Redação
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Foto: Arquivo

A polícia dos EUA concluiu na terça-feira (31) que o serial killer brasileiro Roberto Wagner Fernandes foi o responsável pela morte de três mulheres há cerca de 20 anos, na Flórida.

Roberto Wagner morreu em 2005 em um acidente aéreo no Paraguai, e teve o corpo exumado meses atrás, o que permitiu a investigação americana vincular de forma conclusiva o DNA deles ao das vítimas.

A história de Roberto começa em 1996 em um apartamento na rua Piauí, 61, no Centro de Londrina. Naquela madrugada, vizinhos ouviram gritos e barulho de objetos sendo arremessados, por volta de 1h30. Na sequência, ao menos seis disparos foram feitos.

Roberto que na época tinha 31 anos havia assassinado a esposa, a professora Danyelle Bouças Fernandes, com 27 anos. Foram dois tiros de uma pistola Taurus que atingiram o peito da mulher, que morreu na hora. Em seguida o homem fugiu de carro levando a filha do casal, de apenas 5 anos.

O crime registrado há 25 anos teve um desfecho favorável ao assassino. Roberto alegou legítima defesa, e disse que Danyelle teria ameaçado a matá-lo com um revólver após ele ter atendido um telefonema de uma garota de programa com quem ele havia tido um caso.

Dias depois do crime, a prostituta foi até a delegacia de Londrina e segundo o depoimento dela, reproduzido pela Folha de Londrina, contou que Fernandes a agrediu e tentou afogá-la na banheira de hidromassagem de um motel.

“Ele cheirou muita cocaína, tomou uísque e me deu garrafadas na cabeça, socos e pontapés”, contou à polícia a garota de programa, que na época tinha 24 anos.

A mulher relatou ainda que conseguiu se desvencilhar de Fernandes com beliscões, e que o piloto de avião só se acalmou quando ela conseguiu abrir a porta do apartamento. “Ele me pediu para que eu vestisse a roupa nele e saímos calmamente do motel. Eu nem quis fazer reclamação na portaria, por medo de ser novamente agredida”, disse.

Respondendo pelo assassinato da mulher, Roberto Wagner Fernandes alegou “falta de provas” e de testemunhas que fossem contra sua tese de legítima defesa.

Ele acrescentou que Danyelle estava descontrolada, bêbada, sob efeito de remédios e agindo injustificadamente. A defesa do homem também procurou desqualificar o depoimento da prostituta, dizendo que a ligação que provocou a briga foi para pedir mais dinheiro pelo programa no motel.

Roberto também sustentou que quem teria sido agredido no encontro foi ele, porque a mulher queria um pagamento maior do que o combinado, isso muito embora a prostituta tivesse recebido atendimento em um hospital na noite do encontro, em que foram verificados ferimentos no corpo dela.

Por fim o piloto foi absolvido, o que causou revolva na família de Danyelle, e que teria motivado os parentes da vítima a até mesmo contratar um pistoleiro para executar Roberto.

CRIMES NOS ESTADOS UNIDOS

Ameaçado no Brasil e com a intenção de deixar seu passado para trás, o homem decidiu se mudar para os Estados Unidos, onde começou a trabalhar em 1999 na Flórida como motorista para uma empresa de turismo e, também, como comissário de bordo no Aeroporto Internacional de Miami.

Foi entre 1999 e 2001 que a polícia americana afirma que o brasileiro matou três mulheres. Em 01 de setembro de 2001, quase que imediatamente após assassinar uma das vítimas, ele fugiu para o Brasil. A um amigo, Jessica Good contou na noite que desapareceu que estava indo encontrar um “homem branco hispânico”.

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Brasileiro matou três mulheres nos EUA entre 1999 e 2001 – Foto: Arquivo

Kimberly Dietz-Livesey, de 35 anos, é apontada como a primeira vítima do brasileiro. Ela foi achada sem vida dentro de uma mala em junho de 2000 em Cooper City.

Em agosto do mesmo ano, Sia Demas, de 21 anos, foi encontrada à beira de uma estrada em Dania Beach dentro de uma mochila.

As duas mulheres foram espancadas até a morte. Já a terceira vítima, Jessica Good, de 24 anos, teve o corpo esfaqueado e jogado na Baía de Biscayne, em Miami, em agosto de 2001.

EXUMAÇÃO

A busca por Roberto Wagner Fernandes, que era piloto licenciado, foi retomada somente em 2011, quando os investigadores conseguiram comparar o DNA e as impressões digitais de Good aos assassinatos de Dietz-Livesey e Demas.

As impressões colhidas do suspeito nos EUA eram as mesmas tiradas após a morte da esposa dele, em 1996, em um prédio de Londrina.

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Túmulo da esposa de Roberto em Londrina – Foto: Reprodução

Durante a apuração da morte das americanas, a polícia descobriu que Fernandes morreu em um acidente de avião 2005, enquanto viajava do Brasil para o Paraguai. Isto fez com que as autoridades fossem atrás do túmulo dele para atestar se, de fato, ele estava morto.

O corpo do piloto foi exumado entre o fim de 2020 e o início deste ano, após um trabalho conjunto da polícia americana, a Polícia Federal do Brasil, o FBI e o Departamento de Justiça dos EUA.

Com as amostras coletadas, os resultados concluíram que o DNA de Fernandes correspondia ao perfil dos crimes de Kimberly Dietz-Livesey, Sia Demas e Jessica Good.

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