Mortos no desastre em Petrópolis chegam a 117; Há mais de 100 desaparecidos

Derick Fernandes
Por Derick Fernandes Deixe um comentário 6 min de leitura
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Bombeiros e voluntários carregam corpo de vítima do desastre - Foto: Tânia Rego / EBC

Chegou a 117 o número de mortos por causa do desastre em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. A cidade foi atingida por uma tempestade muito forte na terça-feira (15), que causou deslizamento de barreiras e interditou ruas, além de levar lama e destruição a todos os lados.

O Instituto Médico-Legal (IML) da cidade está abarrotado de corpos. Até as 17h36 eram 101 corpos na unidade, sendo desses 65 mulheres e 36 homens. Até o momento 33 vítimas foram identificadas.

A chuva voltou a cair forte em Petrópolis nesta quinta-feira (17) e as sirenes voltaram a ser acionadas. Houve pânico e correria para moradores de áreas de risco deixarem suas casas pela iminência de novos deslizamentos.

Segundo a Defesa Civil do Rio de Janeiro o terreno ainda está encharcado e a continuidade das chuvas dificultam os trabalhos, já que mais barreiras podem ceder.

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Bombeiros, moradores e voluntários trabalham no local do deslizamento no Morro da Oficina, após a chuva que castigou Petrópolis, na região serrana fluminense – Foto: Tânia Rego / EBC

DESAPARECIDOS

Conforme a Polícia Civil, até agora há o registro de 116 pessoas desaparecidas. Não se sabe, no entanto, quantos desses já foram localizados.

A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) enviou a maior parte do efetivo para Petrópolis. Equipes fazem varreduras em hospitais, abrigos e escolas para identificar as pessoas desaparecidas.

Segundo a Secretaria Estadual de Defesa Civil, 24 pessoas foram resgatadas com vida e 705 pessoas foram encaminhadas para os 33 pontos de apoio montados na cidade em igrejas e escolas da rede pública municipal.

SERVIÇOS PREJUDICADOS

As chuvas impactaram também para os serviços de saúde, tendo sido suspensa alguns atendimentos, incluindo a vacinação contra a covid-19. “Além da dificuldade de acesso de alguns profissionais aos locais de trabalho, devido às interdições, algumas unidades também sofreram danos com a chuva”, informou a Secretaria de Saúde, acrescentando que trabalha para restabelecer a normalidade dos atendimentos.

A pasta está priorizando a atuação em unidades próximas ao Morro da Oficina, o local mais atingido. Houve um grande deslizamento de terra no local, que fica próximo à Rua Tereza, conhecida área comercial perto do centro histórico. A prefeitura estima que cerca de 80 casas tenham sido afetadas.

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Desastre deixou mais de 100 mortos em Petrópolis – Foto: Tânia Rego / EBC

RISCO DE NOVOS DESLIZAMENTOS

Hoje mais cedo, um novo deslizamento, dessa vez na comunidade 24 de Maio, exigiu rápida mobilização da Defesa Civil. Uma casa chegou a ser atingida, mas ninguém ficou ferido. Após a ocorrência, o órgão organizou a evacuação da Rua Nova.

Também foi interditada a Vila Manoel Correa, com acesso pela Rua Teresa. A medida é considerada preventiva. O tráfego de veículos na região também está impossibilitado.

COOPERAÇÃO

Mais de 500 bombeiros estão atuando nas buscas por desaparecidos e no apoio às vítimas. Diante do grande volume de água, a Defesa Civil municipal acionou ainda ontem (15) o Estágio de Crise. A prefeitura decretou estado de calamidade pública e luto oficial de três dias. A orientação das autoridades municipais é para que as pessoas só saiam de casa quando for essencial e que os desabrigados e moradores de áreas de risco procurem os pontos de apoio criados para o acolhimento. Vinte e cinco escolas foram designadas para recebê-los.

O governador disse esperar que, até a próxima semana, seja concluído o atendimento de todas as famílias desabrigadas, para que comecem a receber o aluguel social e o cartão Recomeçar, benefício destinado para ajuda na compra de móveis e equipamentos domésticos. Ele afirmou, no entanto, que o aluguel social é um paliativo e que o programa habitacional Casa da Gente deverá dar prioridade para pessoas que vivem em áreas de risco.

O Ministério da Defesa, através do Comando Conjunto Leste, também anunciou o emprego de tropas, viaturas e equipamentos especializados para auxiliar os trabalhos na cidade. Uma zona de pouso para helicópteros envolvidos na operação foi preparada em um campo do futebol do 32º Batalhão de Infantaria Leve de Montanha (32º BIL Mth), sediado na região.

O ginásio da Universidade Católica de Petrópolis (UCP), no bairro do Bingen, tornou- se ponto de apoio. No local, a prefeitura montou uma base para reunir os equipamentos e caminhões que estão sendo utilizados nas operações na cidade.

O prefeito Rubens Bomtempo destacou que, passadas 24 horas da chuva, já existe um alinhamento estreito entre o município e o estado. “Conseguimos trabalhar de forma integrada, amplificando a nossa reposta”, pontuou.

Além do governo estadual, municípios vizinhos também se uniram em ações de apoio. Integrantes da Defesa Civil de Vassouras, São João de Meriti, Areal e Araruama foram liberados para se unirem, de forma voluntária, aos trabalhos.

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Enxurrada arrastou carros e provocou destruição na cidade – Foto: Colaboração
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Jornalista
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Derick Fernandes é jornalista profissional (MTB 10968/PR) e editor-chefe do Portal i24.
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