Pedro Caixinha expressou satisfação com o desempenho do Santos na vitória por 3 a 0 sobre o Noroeste, na Vila Belmiro, pela 11ª rodada do Campeonato Paulista. Em entrevista coletiva, o técnico português destacou o centroavante Tiquinho Soares, autor de um dos gols, que havia começado o jogo anterior no banco de reservas.
Acreditamos muito no Tiquinho. No jogo anterior tinha sobrecarga. Hoje, acreditamos que o jogo seria próximo da área adversária e precisávamos ter essa presença. Para o centroavante, é importante fazer gol. E Fazer gol assim é diferente, e uma assistência (para o time). O Thaciano faz gol também no segundo jogo seguido, mas foi importante o comportamento coletivo. O time esteve sólido na forma de ocupar o ataque. Isso faz com que o time tenha o equilíbrio e jogue no ataque, (além de) estar equilibrado quando perdemos a bola para recuperá-la.”
“Posso me referir a dois jogadores que evoluíram taticamente: o Soteldo e Guilherme, que fecharam espaço interior quando a bola estava do lado contrário. Na última zona não andamos fino, mas fomos persistentes, empurrando o adversário. Essa persistência resultou no primeiro gol e abriu a fortaleza de pernas que estava na área. Foi importante a equipe entender que tinha que desgastar a muralha para poder perfurá-la.” analisou o treinador.
O resultado manteve o Santos na liderança de seu grupo, com 15 pontos, e com boas chances de garantir a classificação para as quartas de final. A vaga pode ser confirmada já nesta quinta-feira, caso a Portuguesa não vença e o Bragantino seja derrotado. Apesar da vantagem, Caixinha afirmou que não pretende preservar seus principais jogadores para a última partida da fase de grupos, contra a Inter de Limeira, no fim de semana.
Neymar já foi preservado no jogo. Não gosto de pensar dessa forma. Se tem a classificação garantida, quero mais. Se posso terminar com 18 pontos, não quero terminar com 15 ou 16. E ter um ciclo de vitórias é importante. Minha filosofia é jogo a jogo. Nós fizemos nosso trabalho, dependemos de nós, do nosso processo. Não será jogo fácil em Limeira. Tive como referência o jogo do Palmeiras. Eles perderam por 3 a 0, mas é o time intenso e que vende caro o jogo. Temos que ser sérios, não podemos permitir neste momento ter um tropeço” completou Caixinha.
O técnico português ainda destacou que a evolução apresentada pelo Santos nas últimas partidas é resultado da dedicação e do progresso do grupo, mesmo diante de um trabalho que ainda está no início.
A bola foi nossa e o Brazão foi mero espectador. Controlamos a saída do adversário. Jogamos quase sempre sob 40 metros, neste sentido foi muito bom. Analisando o compacto e equilíbrio ofensivo, foi o melhor jogo. Nos momentos estratégico e de comportamento como time foi o jogo do Corinthians e do Água Santa. Importante que nos últimos três jogos, o time tem mostrado crescimento e regularidade, isso é o mais importante. Somamos mais 90 minutos no crescimento desse processo. Fruto do processo conseguimos a segunda vitória consecutiva e segundo jogo sem sofrer gol. Isso representa o crescimento da equipe. É importante crescer coletivamente, apresentar os objetivos claros. O resultado não depende só de nós, mas controlar os processo vai ter sempre todos os méritos”, disse Caixinha.
O treinador ainda exaltou Neymar e falou de forma mais detalhada sobre o jogador. O técnico da seleção brasileira, Dorival Júnior, esteve na Vila Belmiro para acompanhar o craque, e Pedro Caixinha afirmou que Neymar está feliz como “há tempos não se via”.
O Dorival não teve contato. O preparador e o fisiologista acompanharam o treino. Nossas portas estão abertas para a CBF e a comissão. Gosto muito dele e uma pena não tê-lo cumprimentado pessoalmente. Estamos sempre abertos e cordiais a recebê-los e trocar informações. Nós temos uma causa. A causa Neymar. Ele ter abdicado de muitas coisas e vir para essa causa onde se sente bem, feliz como não se via há muito tempo. É um primeiro passo para que o segundo passo seja a causa Brasil. Podemos trabalhar com ele da melhor maneira, ter cuidados, apesar dele querer jogar sempre. Ninguém que ter também um retrocesso em relação ao desenvolvimento, crescimento e o processo de jogo que tem a ver com o ritmo. Estamos satisfeitos com evolução e abertos a receber a CBF para ajudar.”
Outro tema abordado no final da entrevista coletiva foi a polêmica da semana: o gramado sintético. Os jogadores fizeram uma postagem coletiva criticando o uso da grama artificial e pedindo a utilização do gramado natural. O treinador comentou como o sintético é visto na Europa, destacando que a UEFA permite seu uso apenas nas categorias de base, entre os jovens atletas.
“Na Europa, a Uefa proíbe essa superfície. Só em centro de formação para que os jovens tenham qualidade ao nível do processo de treino. O gramado evoluiu, mas não serão capazes de substituir uma superfície natural. Sei que o Brasil tem um clima diferente. Mas já estive pelo mundo em zonas chuvosas, de muito frio, de muito calor, de muita umidade. As superfícies de gramado natural, em quase todas, eram fantásticas. Tem outra vertente polivalente, não só desportiva, como também de espetáculo. Não cabe a mim decidir ou opinar. Quem organiza que tem que ter uma direção. Não vejo futebol de alto rendimento ser jogado em superfície sintética da mesma forma que natural. Se não a Champions League permitiria. A Copa do Mundo permitiria. A Copa da Europa permitiria“, finalizou Caixinha.