Em uma competição marcada por superação, o time feminino de ginástica artística do Brasil, composto por Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares e Lorrane Oliveira, alcançou um feito inédito nas Olimpíadas de Paris 2024. A equipe garantiu a medalha de bronze na disputa por equipes, uma conquista aguardada há muito tempo e que reafirma o amadurecimento e a força da modalidade no país.
A jornada para o pódio foi cheia de reviravoltas e momentos decisivos. A tensão já começou antes mesmo das apresentações, quando Flávia Saraiva, durante o aquecimento, sofreu uma queda nas barras assimétricas, abrindo um corte no supercílio. Mesmo com o ferimento, Flávia continuou na competição, mostrando muita dedicação.
Barras Assimétricas
A disputa iniciou nas barras assimétricas, um aparelho tradicionalmente que traz muito desafio para a equipe brasileira. Lorrane Oliveira, especialista neste aparelho, apresentou uma performance sólida, embora com alguns pequenos erros, obtendo 13.000 pontos. Flávia, mesmo lesionada, fez uma série tranquila, marcando 13.666. Rebeca Andrade, com uma performance praticamente impecável, recebeu a maior pontuação da equipe nas barras: 14.533.
Trave
Após a primeira rotação, o Brasil estava na quinta posição, atrás de Estados Unidos, China, Itália e Canadá. Em seguida, veio a trave, onde Júlia Soares, finalista no aparelho, teve uma queda que impactou sua pontuação, recebendo 12.400. Flávia, simplificando uma sequência, conseguiu uma boa apresentação e marcou 13.433. Rebeca Andrade, mesmo com um pequeno desequilíbrio, garantiu 14.133, mantendo a equipe na disputa.
Solo
No solo, ao som de músicas como “Cheia de Manias” e “Milord”, Júlia Soares fez uma apresentação graciosa, recebendo 13.233. Flávia Saraiva, com carisma e simpatia, obteve 13.533. Rebeca Andrade, com uma série de alta dificuldade, marcou 14.200, mantendo o Brasil em sexto lugar após a terceira rotação.
Salto
No salto, o aparelho mais forte da equipe brasileira, a esperança de medalha se renovou. Jade Barbosa executou um DTY (double twisting yurchenko), mas com uma chegada um pouco baixa, recebeu 13.366. Flávia Saraiva, com um bom salto, obteve 13.900. Rebeca Andrade, com um Cheng lindamente executado, marcou 15.100, a maior pontuação da equipe em todo o evento.
Essa performance final no salto foi crucial para a virada. Até então, o Brasil estava fora do pódio, mas as apresentações impecáveis de Flávia e Rebeca garantiram a superação de equipes como China e Grã-Bretanha. A equipe brasileira terminou com 164.497 pontos, atrás apenas dos Estados Unidos, que conquistaram o ouro com 171.296 pontos, e da Itália, que ficou com a prata com 165.494 pontos.
Essa medalha de bronze representa não apenas um marco histórico para a ginástica artística brasileira, mas também a quarta medalha olímpica do Brasil nos Jogos de Paris 2024. A conquista mostra o crescimento e a consolidação da ginástica no país, destacando o talento e a determinação das atletas.
A trajetória até o pódio foi marcada por momentos de superação, como a queda e recuperação de Flávia Saraiva, e o brilho individual de cada uma das ginastas. Rebeca Andrade, destaque mundial, foi essencial em todas as rotações, especialmente no salto final que garantiu a medalha. Flávia Saraiva, com sua garra e resiliência, contribuiu significativamente mesmo diante de muitas dificuldades. Jade Barbosa, veterana e experiente, mostrou solidez em suas apresentações. Júlia Soares, a mais jovem do grupo, exibiu potencial e talento. Lorrane Oliveira, especialista nas barras, demonstrou segurança e técnica.
Além do bronze por equipes, o Brasil ainda tem chances de conquistar mais medalhas nas finais individuais. Rebeca Andrade e Flávia Saraiva estão classificadas para a final do individual geral, enquanto Rebeca disputará também as finais do salto, trave e solo. Júlia Soares estará na final da trave.
A medalha de bronze conquistada em Paris 2024 é um testemunho do esforço coletivo e da dedicação das ginastas brasileiras. Esse resultado histórico é um passo importante para a ginástica artística do Brasil, inspirando futuras gerações e elevando o esporte a novos patamares. A história escrita em Paris será lembrada como um marco de superação e excelência, refletindo o brilho e a determinação das atletas brasileiras.
Notas da equipe brasileira por aparelho:
Salto:
- Jade Barbosa – 13.366
- Flávia Saraiva – 13.900
- Rebeca Andrade – 15.100
- Total: 42.366
Solo:
- Júlia Soares – 13.233
- Flávia Saraiva – 13.533
- Rebeca Andrade – 14.200
- Total: 40.966
Trave:
- Júlia Soares – 12.400
- Flávia Saraiva – 13.433
- Rebeca Andrade – 14.133
- Total: 39.966
Barras Assimétricas:
- Lorrane Oliveira – 13.000
- Flávia Saraiva – 13.666
- Rebeca Andrade – 14.533
- Total: 41.199