Skatistas são recepcionados por prefeito de Porto Alegre em coletiva de abertura do STU Pro Tour

Cidade sulista é considera o berço do skate brasileiro

Thiago Lima
7 min de leitura
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Julio Detefon / STU

No próximo fim de semana será iniciada a nova temporada da Skate Total Urbe (STU) Pro Tour, a sede para a estreia será o Rio Grande do Sul, considerado por muitos uma escola do skate brasileiro. Na tarde desta quarta-feira, dia 19, aconteceu uma coletiva de imprensa com alguns dos competidores, incluindo os medalhistas olímpicos Rayssa Leal, Pedro Barros e Augusto Akio, além de Gabi Mazetto, e os estrangeiros Matias Dell da Argentina e a holandesa Keet Oldenbeuving, Vini Sardi do paraskate também participou do evento. Outra ilustre presença foi a do atual prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, que proferiu algumas palavras em relação ao esporte.

O prefeito relembrou o cenário vivido há quase um ano atrás na cidade, onde por um desastre natural o território esteve abaixo d’água, gerando uma comoção nacional. Um dos lugares afetados pela tempestade, foi a Orla 3, local onde fica a pista de skate onde os skatistas andarão, com um tom de recomeço, Sebastião Melo se diz orgulhoso dos competidores:

Nesse processo de retomada da cidade, pelo quarto ano consecutivo com o STU aqui na maior e melhor pista da América Latina, é muito importante um evento desta qualidade e grandiosidade. Desta vez ainda mais especial, porque vimos essas pistas debaixo d’água há quase um ano, um desastre natural de enorme proporção. Mas, juntos, soubemos superar e nos reerguer. Quero cumprimentar os skatistas aqui representados e dizer que vocês são um orgulho para todos nós. O esporte tem disciplina e uma inclusão social verdadeira. Vocês são exemplos

Pedro Barros, medalhista de prata nas olímpiadas de Tokyo, e um dos representantes do Brasil nas olímpiadas de Paris, se comoveu com as palavras do Prefeito, e também enalteceu a força do povo gaúcho, trazendo uma semelhança da superação que eles tiveram com a luta da comunidade do skate:

Se a gente parar para pensar nesse cenário das enchentes, foi também um caso de resiliência, algo que nem temos como medir com palavras. Só quem passou por aquilo, de fato, sabe. Vimos um povo muito forte, uma comunidade unida. Acredito que nós, skatistas, temos muito disso em comum, porque também formamos uma comunidade que chegou aonde chegou pela nossa união, nossa força e resiliência. Nada nunca foi fácil para nós. Só tenho a agradecer pelos gaúchos estarem fazendo nosso evento acontecer e por estar nos recebendo de braços abertos mais uma vez. Nós trazemos um pouco da nossa arte, alegria e motivação como retribuição para dar continuidade à vida com algo positivo

O skatista também falou sobre a importância de mais construções de pistas, para que o esporte venha se tornar cada vez mais forte:

A pista, é um dos instrumentos principais que define a nossa prática. Com certeza, ali dentro, como ela foi construída, o que foi pensado, quais ângulos foram utilizados dentro dessa construção, o material utilizado, o capricho dado, tudo isso interfere diretamente na nossa performance. Então, se a gente quer um show, se a gente quer elevar o nível do skate, é de extrema importância a gente pensar e ter um trabalho direcionado nas construções de pistas. Isso é algo crucial para o skate acontecer e para a evolução do skate acontecer

Outro assunto abordado na coletiva, foi a importância de ter um campeonato dessa magnitude no Brasil, e Augusto Akio, o Japinha, dissertou sobre o tema, deixando em evidência que é fundamental para os skatistas ter esse torneio disputado em território nacional, citando problemas que os competidores sofriam por ter que ter viagens constantes para competir em outros países:

Era muito importante que houvesse uma competição internacional como essa, em nosso país, para nos desafiarmos e evoluirmos ainda mais. Temos muitos bons praticantes aqui no nosso país. Os skatistas tinham que viajar para a Europa, para os Estados Unidos, para o Canadá, para o Japão, para terem a oportunidade de competir em nível mundial. Sem contar as dificuldades que encontravam pelo caminho, financeira, de comunicação, de conhecimento… Então, acho que estamos no caminho certo. É demais ter o STU Pro Tour aqui em Porto Alegre. Não importa quem chega para representar o Brasil numa Olimpíada e elevar nossa bandeira. O certo é que estaremos sempre bem representados, porque nós temos uma ótima comunidade de skaters.

Keet Oldenbeuving, se demonstrou muito feliz de estar tendo a oportunidade de fazer parte da equipe de skaters da competição, e também exaltou a competição por ser no Brasil, revelando que é a primeira vez que ela está em Porto Alegre:

Competir aqui no Brasil e fazer parte dessa nova liga profissional é demais! E é minha primeira experiência num campeonato do STU. Nunca estive em Porto Alegre antes e adoro lugares novos. A cultura aqui no Brasil é bem diferente de qualquer outro lugar do mundo. Adoro o país, o skate aqui é muito grande, tudo é incrível, a energia é ótima. Estou muito animada para esse tour de cinco etapas do STU Pro Tour

Por fim, Vini Sardi, que além de skatista é presidente da Associação Brasileira de Paraskate, fala sobre o crescimento do Paraskate juntamente com o STU, e diz que mira que a modalidade seja incluida nas paraolímpiadas:

Acho muito incrível a internacionalização do STU junto com o Paraskate. Sou presidente da Associação Brasileira de Paraskate e, junto com o STU, temos feito um trabalho a longo prazo. Nossa maior e principal missão é a introdução do nosso esporte nas Paralimpíadas. Acredito que, com essas etapas internacionais, conseguiremos trazer novos atletas, novos talentos, internacionais também, necessário para os Jogos. Acredito que vai ser muito irado, o nível vai subir bastante

Essa é apenas a primeira fase de cinco do torneio, que iniciará na sexta-feira, dia 21, sendo prolongado até o próximo domingo, dia 30. O torneio tem três modalidades, sendo o Skate Park, Skate Street e também o Paraskate.

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