MP diz que Londrina esconde real situação do coronavírus na cidade e pede mais testes

Redação
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O Ministério Público do Paraná questionou a Prefeitura de Londrina sobre a falta de testagem para o diagnóstico precoce da Covid-19 na cidade, e disse que o Executivo passa a “falsa impressão” de que a doença está sob controle na região. As informações são da RPC e foram exibidas no telejornal Meio Dia Paraná desta terça-feira (01).

Para a promotora Suzane de Lacerda, o município tem relaxado na intensificação dos testes e utilizado métodos falhos para ter um panorama do grau de infecção na cidade. O principal hospital de Londrina, o Universitário, tem 93% dos leitos UTI exclusivos para Covid-19 ocupados.

Lacerda disse que há omissão quando o município compara o número de casos confirmados aqui com os casos reportados em Curitiba e Maringá, que tiveram uma explosão de novos diagnósticos no último mês. Ela reforça que em Londrina há uma “seleção” sobre pacientes que tiveram contato com outros contaminados.

“Em Maringá e em Curitiba, se há um churrasco de família com 50 pessoas, e uma testa positivo, todas as outras também serão testadas por estarem provavelmente assintomáticas. Aqui em Londrina não. Aqui eles testam e diagnosticam apenas aquele com sintomas, o que passa uma falsa impressão de que tudo está sob controle”, disse.

Outra diferença apontada pelo MP, é que em Londrina a Secretaria Municipal de Saúde divulga o boletim apenas com os dados de pacientes residentes na cidade. Isso é, enquanto Curitiba e Maringá trazem os números gerais de ocupação da UTI em todos os hospitais da cidade, em Londrina apenas aqueles que moram na cidade são contabilizados.

Vale ressaltar no entanto que a Londrina também recebe pacientes de outros 93 municípios do Norte do Paraná e que os hospitais de referência não atendem apenas moradores da cidade, mas também da região metropolitana. Dessa forma os dados ficam discrepantes.

“A forma com que Londrina divulga seu boletim, faz com que a população tenha uma falsa sensação de tranquilidade, no tocante a ocupação de leitos. Na primeira página do boletim de Londrina consta o número de internados, elas são apenas as pessoas internadas pelo SUS que moram no município de Londrina. As que não moram em Londrina, não estão nesse dado”, disse a promotoria.

BANDEIRA VERMELHA

A promotora ainda destacou que Londrina estaria na matriz de risco com a bandeira vermelha, de acordo com o estudo elaborado pelo Conselho de Emergência em Saúde Pública (Coesp), grupo do qual a Prefeitura participa com a Secretaria Municipal de Saúde.

O Ministério Público, no entanto, descartou uma ação pedindo novo fechamento do comércio, mas sim, quer uma ação efetiva da prefeitura no combate ao crescimento número de casos.

“Nós não estamos tranquilos nem em um momento de bom”, finalizou Suzana

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