Durante uma transmissão ao vivo pelas redes sociais, o prefeito de Londrina Marcelo Belinati (PP), acompanhado do secretário de Saúde Felippe Machado, revelou os detalhes de como será o plano de vacinação contra a Covid-19 na cidade, previsto para começar já na próxima quarta-feira (20) à partir das 10h.
A prioridade da população que vai receber a dose da vacina foi divida em quatro grupos, seguindo a regra prevista no Plano Nacional de Imunização (PNI). Segundo o prefeito, Londrina aguarda apenas a chegada das doses para iniciar a campanha de vacinação.
As doses aguardadas são da vacina Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butatan. A vacina foi aprovada para uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e considerada segura e eficaz pela comunidade científica. O Ministério da Saúde deve comprar toda a produção de vacinas do Butatan.
“O COMEÇO DO FIM”
Belinati comemorou a aprovação da vacina e reforçou que estamos “muito próximos” de retornar à normalidade de antes da pandemia. “É um dia histórico para o Brasil, é o começo do fim dessa doença maldita que levou tantas vidas e causou tanto sofrimento”, disse.
O prefeito ainda criticou a briga política sobre a vacina e, como médico, declarou que o que deve prevalecer é a vida das pessoas. “Acabou essa palhaçada dessa briga política de governador com o presidente por causa da vacina. Temos que focar em salvar vidas, é isso que importa”, declarou.
Ele ainda explicou de maneira simples a taxa de eficácia da Coronavac, questionada após declarações do presidente Jair Bolsonaro e descredibilizada por motivos ideológicos. “A eficácia é fantástica. É praticamente a mesma taxa de eficácia da vacina que já tomamos, pra a gripe”, disse.
“A taxa de 50% significa que, de 100% das pessoas que tomarem, 50% não vão pegar a Covid, e os outros 50% que pegar, terão apenas casos leves da doença, isso é, não serão internados, não vão mais precisar ir pra UTI”, explicou.
“A 100% de eficácia para casos graves, significa que ninguém mais vai morrer por causa do coronavírus. Ou seja, será agora aquilo que foi dito lá atrás; Agora vai ser apenas uma gripe fraca, um resfriado”, frisou Belinati.
PLANO DE IMUNIZAÇÃO
- Grupo 1 – Profissionais de saúde e idosos em asilos e instituições
A primeira fase da vacinação em Londrina prevê a aplicação de 42 mil doses em 26 mil pessoas do grupo que abrange os idosos em asilos e instituições de longa permanência, e trabalhadores da saúde que atuam na linha de frente. Cada pessoa receberá duas doses da vacina, com um intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda aplicação.
Na quarta-feira, equipes de vacinadores vão percorrer esses locais (asilos, postos de saúde e hospitais) para aplicar a primeira dose da Coronavac. Segundo o secretário Felippe Machado, as equipes já estão preparadas para o trabalho.
- Grupo 2: Idosos de 60 a 85 anos
A segunda etapa compreende a imunização de 85 mil idosos com idade entre 60 e 85 anos divididos em subgrupos de prioridade. Ou seja, idosos com a situação imunológica mais urgente deverão receber o imunizante antes. Para essa fase, a prefeitura estima que 170 mil doses da vacina serão necessárias.
Questionado sobre a aplicação em pessoas idosas com enfermidades mas que estão em casa, Felippe Machado respondeu que as equipes volantes devem ir até a residência desses pacientes para vaciná-los. “São 10 equipes volantes que farão a vacinação extra muro, que é exatamente isso, vacinar as pessoas em casa ou fora dos locais de vacinação como as UBSs.
- Grupo 3: Pessoas com comorbidades
São estimadas que em Londrina 21 mil pessoas vivam com doenças crônicas ou outras comorbidades. Para esse grupo, 42 mil doses estão previstas. A vacinação dos grupos se dará à medidas que as doses cheguem à cidade.
- Grupo 4: professores, forças de segurança, etc;
Nessa etapa da vacinação serão aplicadas 38.500 doses em profissionais da educação, tais como professores e trabalhadores da rede pública e privada de ensino, nas forças de segurança, como policiais, bombeiros, socorristas e trabalhadores do sistema prisional, na população de rua e sem-teto, em deficientes físicos, e também nos trabalhadores do transporte público e logístico em geral.
Estão previstas 77 mil doses para esse grupo.
ESTRUTURA E LOCAIS DE VACINAÇÃO
Na medida que as fases de vacinação forem sendo iniciadas, os locais de vacinação disponibilizados em Londrina serão ampliados para outros espaços onde será possível atender um maior número de pessoas.
Atualmente Londrina conta com 50 salas de vacinação em unidades de saúde espalhadas por todos os bairros da cidade. No entanto, outros locais devem ser preparados para atender a demanda.
São esses locais:
- Parque de Exposições Ney Braga
- Centro de Eventos
- Autódromo Internacional de Londrina
- Ginásio Moringão
- Escolas da rede pública
- Universidades
- Tiro de Guerra
Felippe Machado frisou que, à medida que haja a necessidade, esses espaços estarão preparados para a campanha em massa.
ESTOQUE DE SERINGAS, AGULHAS E LOGÍSTICA
As autoridades informaram ainda qual a estrutura logística e de insumos que a cidade dispõe para o início da vacinação. O estoque fica no Centro de Abastecimento Farmacêutico (Centrofarma), a Secretaria Municipal de Saúde.
Atualmente Londrina conta com insumos suficientes e plano logístico para começar a campanha. Segundo o secretário de Saúde, a cidade tem capacidade para armazenar de uma só vez até 250 mil doses da vacina contra a Covid-19, sem afetar o abastecimento das demais vacinas disponíveis.
“São pouquíssimas cidades no Brasil que contam com essa infraestrutura”, reforçou o prefeito Marcelo Belinati ao revelar os dados:
- São cerca de 120 mil seringas e agulhas
- Quatro veículos especiais para distribuição das doses
- Capacidade de armazenamento de 250 mil vacinas
- 200 pessoas na equipe de vacinadores
- 10 equipes de vacinação externa (volantes)