Família Barros levou R$ 45 mil de propina por cargo no governo

Redação
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Foto: Jaelson Lucas

O empresário Eduardo Lopes de Souza, proprietário da construtora Valor, por meio de delação premiada revelou que negociou com o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), a compra de um cargo em comissão no governo do Paraná.

Segundo Eduardo, Barros exigiu que fossem pagos R$ 15 mil mensais pela nomeação de Marilane Aparecida Fermino na vice-governadoria. Marilane era uma funcionária da construtora e ficaria encarregada de operar interesses da empresa no governo

Os pagamentos teriam sido transferidos ao cunhado do ministro, ex-vereador curitibano Juliano Borghetti, irmão de Cida Borghetti, vice-governadora do estado e esposa do ministro.

A construtora Valor é investigada pela responsabilidade de desvios na casa de R$ 20 milhões da Secretaria Estadual de Educação na operação Quadro Negro, desencadeada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR).

Nessa reunião, Ricardo Barros disse que concordaria com a proposta, mas era para pagar R$ 15 mil mensais ao Juliano Borghetti (eu tinha oferecido R$ 10 mil)”, disse Souza, conforme a Folha de S.Paulo.

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Ex-vereador Juliano Borghetti foi mencionado na delação – Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo

O conteúdo completo da delação ainda revela que três pagamentos foram destinados a Juliano, que pessoalmente ia buscar o dinheiro:

Ele [Juliano Borghetti] ia buscar o dinheiro comigo lá na Valor”, concluiu. O ex-vereador chegou a ser preso em uma das fases da Operação.

O delator confirmou ainda que suspendeu os pagamentos após Marilane perder o cargo. Segundo ele, o governador Beto Richa “retirou alguns cargos de lá“. A mulher aparece como nomeada na Secretaria de Estado de Administração e Previdência do Paraná (SEAP).

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Foto: Reprodução / Transparência

Dados obtidos no Portal da Transparência revelam ainda que Marilane foi exonerada da vice-governadoria em 06 de abril de 2015. No dia seguinte, ela foi nomeada no Departamento de Recursos Humanos da SEAP. As informações ainda dão conta que a mulher permaneceu por três meses na vice-governadoria, período em que teriam sido pagos os R$ 15 mil mensais.

O que diz o outro lado

O ex-vereador Juliano Borghetti e o ministro Ricardo Barros negaram que tenham acontecido acordos que vislumbrassem a compra de cargos pela construtora Valor. Eles afirmaram que o Juliano recebeu dinheiro da empresa, mas justificaram que para isso teriam prestado serviços para a Valor ao longo de três meses.

O ministro da Saúde também reiterou que em mais de um ano de Operação Quadro Negro, seu nome nunca havia sido mencionado.

O Diário 24h também procura Marilane Aparecida Fermino para ouvir seu posicionamento. Segundo o ministro, a mulher seria servidora de carreira no governo. Ela não foi localizada até o fechamento da reportagem.

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