Temendo o aumento nos novos casos e nas mortes provocadas pelo coronavírus, a Prefeitura de Curitiba baixou um novo decreto determinando a suspensão de algumas atividades comerciais a partir desta segunda-feira (15). Voltam a ser proibidos o funcionamento de academias, práticas esportivas, bares e restaurantes, templos religiosos, praças e parques, bem como todas as atividades de entretenimento (teatro, festas, cinema).
O comércio em geral também passa a ter horário limitado. Curitiba adotou a bandeira laranja, que representa médio risco. A situação pode evoluir para bandeira vermelha e lockdown, segundo a prefeitura da capital.
O anúncio destas medidas foram feitas pela secretária municipal de Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, neste sábado (13). A medida foi tomada por causa da alta no número de casos do novo coronavírus nas últimas semanas e de mortes. Até 28 de maio, Curitiba tinha em média 14 a 15 casos diários. Em junho, a média já se aproxima dos 50 novos casos diários, com picos de até 200 contaminações.
As mortes nesse período já chegaram a 78 vítimas.
“Muito nos preocupou o movimento da sociedade neste período. As pessoas agem como se não houvesse nada na cidade. Temos um aumento (casos e mortes) muito acima do tolerável. Não é tolerável vir aqui todo dia anunciar mais 3 ou 4 mortes. Houve um relaxamento em todos os setores”, disse a secretária ao anunciar a bandeira laranja e a publicação do decreto 774/20, assinado pelo prefeito Rafael Greca.
“Não queremos passar para a bandeira vermelha. Peço a colaboração de todos nesse momento crítico em Curitiba”, declarou a secretária.
Estão suspensos a partir desta segunda-feira o funcionamento de:
- Academias de práticas esportivas
- Igrejas e tempos religiosos
- Praças e parques públicos
- Atividades de entretenimentos com ou sem música (tais como festas, teatros, circo e atividades correlatas
- Bares e atividades correlatas
- Clubes sociais e esportivos
Outras atividades devem funcionar com restrição de horário:
- Comércio de rua: atendimento ao público tem de ocorrer impreterivelmente entre 10h e 16h.
- Shopping center: podem funcionar apenas de segunda a sexta-feira, entre 12h e 20h, devendo permanecer fechados nos fins de semana. Os serviços de alimentação que funcionem nos shoppings poderão operar entre 12h e 15h – fora desses horários, podem funcionar apenas com entrega (delivery)
- Galerias e centros comerciais: funcionamento das 10h às 16h, de segunda a sexta-feira. Os serviços de alimentação que funcionem nos shoppings poderão operar entre 12h e 15h – fora desses horários, podem funcionar apenas com entrega (delivery)
- Restaurantes e lanchonetes: das 11h às 15h, todos os dias da semana. Fora desse horário, podem funcionar apenas para entregas (delivery).
- Escritórios em geral: podem funcionar seis horas por dia, exceto para atividades de home office (com horário definido pela própria empresa)
- Lojas de material de construção: funcionamento das 10h às 16h, de segunda a sexta, e das 9h às 13h nos fins de semana.
Os seguintes serviços devem operar com no máximo de 50% de sua capacidade de operação:
- Hotéis e pousadas
- Callcenter e telemarketing (exceto os vinculados a serviços de saúde)
- Drive in (com uma sessão de exibição por dia ou 3 horas de operação)
O decreto estabelece ainda que deverão ser consideras a suspensão das seguintes atividades:
- Cabeleireiros, manicure, pedicure e outros serviços de cuidados com a beleza
- Atividade de higiene de animais domésticos;
- Serviços de alimentação de ambulantes;
- Serviços imobiliários
- Feiras de Artesanatos
- Outras atividades não relacionadas nos artigos acima mencionados e não consideradas como essencias conforme o Decreto 470/20
Para todas as atividades as regras da Resolução 01 são obrigatórias.
A flexibilização dessas medidas fica condicionada à melhoria dos indicadores epidemiológicos e da rede de atendimento da cidade.
PROTESTO
Após a divulgação das novas medidas, um grupo de trabalhadores e proprietários de academias foram até o prédio onde fica o apartamento do prefeito Rafael Greca na Avenida Vicente Machado, no Batel.
“Fora Greca” e “Academia fechada, gente desempregada” foram alguns dos gritos no ato, que também contou com um buzinaço e gerou transtornos no fluxo da avenida.
Vizinhos do prefeito reagiram ao protesto e jogaram ovos nos manifestantes.
Greca não estava no local no momento, já que ele mora em uma chácara em Piraquara, na Região Metropolitana.
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