O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) abriu com o tradicional discurso do líder brasileiro a 76ª Assembleia-Geral da ONU em Nova York, nos Estados Unidos. Em um discurso voltado a apoiadores no Brasil, ele defendeu a política ambiental de seu governo e voltou a falar em “tratamento precoce” contra a Covid-19, que não tem base científica.
Há 55 anos o chefe de Estado brasileiro é o primeiro a discursar neste evento das Nações Unidas. Bolsonaro também abordou em seu discurso temas como o agronegócio, meio ambiente e ações do governo federal no combate à pandemia.
Ao citar o combate ao coronavírus, Bolsonaro falou sobre a vacinação no Brasil e afirmou que o governo distribuiu mais de 260 milhões de doses de vacina, e que “mais de 140 milhões de brasileiro já receberam, ao menos, a primeira dose”, o que segundo o presidente representa 90% da população adulta.
Bolsonaro também fez críticas à adoção do passaporte da vacina. “Apoiamos a vacinação, contudo nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário ou a qualquer obrigação relacionada a vacina”, disse.
TRATAMENTO PRECOCE
Bolsonaro voltou a falar em tratamento precoce contra a Covid-19 e disse defender a “autonomia do médico”. Ele declarou que ele próprio fez o tratamento inicial. O presidente brasileiro contraiu o coronavírus e tomou cloroquina – medicamento que a comunidade científica já disse ser ineficaz contra a doença.
“Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial. Respeitamos a relação médico-paciente na decisão da medicação a ser utilizada e no seu uso off-label”.
POLÍTICA AMBIENTAL
Mencionando o Brasil como referência em preservação ambiental, Bolsonaro disse que “nenhum país do mundo tem uma legislação ambiental tão completa quanto a nossa”.
Ele também citou percentuais de preservação de biomas e afirmou que quer acelerar a discussão sobre o chamado “mercado de carbono”, em que os países mais industrializados comprariam “créditos de carbono” de outras nações para compensar suas emissões.
“Esperamos que os países industrializados cumpram seu compromisso com o financiamento do clima”, cobrou Jair Bolsonaro.

POLÍTICA INTERNA
O presidente aproveitou seu terceiro discurso à Assembleia-Geral para exaltar os protestos de 7 de Setembro. Ele afirmou que o Brasil “vive novos tempo”.
“No último 7 de Setembro, data de nossa Independência, milhões de brasileiros, de forma pacífica e patriótica, foram às ruas, na maior manifestação de nossa história, mostrar que não abrem mão da democracia, das liberdades individuais e de apoio ao nosso governo”.
“Como demonstrado, o Brasil vive novos tempos. Na economia, temos um dos melhores desempenhos entre os emergentes”, comentou Bolsonaro. Ele também destacou ações do governo em relação a economia, como por exemplo o auxílio emergencial “para atender aqueles mais humildes”.
DIPLOMACIA
O presidente brasileiro também mencionou brevemente a situação no Afeganistão após a tomada pelo Talibã. De acordo com ele, o governo federal vai conceder vistos humanitários para cristãos, mulheres, crianças e jovens afegãos.
Após Bolsonaro, quem fez o discurso na ONU foi o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Biden afirmou que “esta é uma década decisiva para o nosso planeta”.
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