Levantamento dos promotores do Ministério Público do Paraná (MP-PR) concluiu que, das 138 delegacias que têm carceragem no estado, mais da metade tem ações para interditar as celas. O problema é que o governo do Paraná tem descumprido decisões da Justiça que impedem estas delegacias de receber mais presos.
Em Curitiba, segundo o MP, o governo tem colocado detentos em sete delegacias interditadas.
O promotor Alexey Caruncho afirmou que “uma vez que há uma decisão judicial para interditar uma unidade é porque já houve toda uma análise documental de que realmente era necessário interditar aquela localidade. Ao descumprir aquilo, o gestor, seja ele quem for… É um desrespeito à estrutura do estado de direito”.
“A interdição não gera uma solução prática. Pode gerar uma solução para a comunidade, pode gerar um conforto para o Ministério Público, mas não gera nenhuma solução para o sistema penitenciário – pelo contrário, gera mais complicações”, explicou o diretor do Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (Depen), Luiz Cartaxo.
“Muitas vezes as interdições não só são ineficientes, mas são decisões que não acabam sendo cumpridas. Não são cumpridas porque não tem onde pôr o preso. A Polícia Civil não tem como solucionar isso. Se fechar as portas da unidades, vai por onde?”, diz Cartaxo.
(Com informações do G1)