CURITIBA – O Ministério Público do Paraná (MP-PR) acusa os jovens Eduardo Henrique da Silva, Ygor King e David William da Silva de imobilizarem o jogador Daniel Corrêa de Freitas, 27, para que Edison Brittes Júnior pudesse esfaquear e mutilar o atleta.
Conforme a denúncia, ao chegar no local onde o corpo dele foi achado, os jovens desceram do carro e espancaram a vítima. Em sequência de fatos, Edison Brittes desceu do carro e ‘decapitou parcialmente a vítima tendo contado com a imobilização’ de Eduardo, Ygor e David. Os três estão presos desde 8 de novembro.
Ainda de acordo com o MP, ‘nas mesmas condições’ e ‘contando sempre com apoio e adesão dos demais presentes’, Edison Brittes mutilou Daniel, que teve o pênis amputado pelo assassino.
O corpo do jogador foi encontrado em 27 de outubro, depois da festa de aniversário de Allana Brittes, filha de Edison Brittes Júnior.
Os quatro envolvidos foram denunciados por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor.
Além deles, Cristiana Brittes, esposa de Edison, também foi denunciada por homicídio, segundo a denúncia, por ter ‘orientado-os a prosseguirem com o justiçamento do jogador’ fora de casa.
Em depoimentos de testemunhas prestadas à polícia, Cristiana disse para não deixarem Edison Brittes matar Daniel dentro da casa da família.
Outras duas pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público: Allana Brittes, por coação no curso do processo, fraude processual e corrupção de adolescente; e Evellyn Brisola Perusso, por denunciação caluniosa, fraude processual, corrupção de menor e falso testemunho.
A denúncia descreve que o jogador Daniel foi flagrado por Edison Brittes quando estava deitado na cama de Cristiana Brittes tirando fotos ao lado dela.
VEJA QUEM SÃO OS DENUNCIADOS:
- Edison Brittes Júnior – homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor, além de coação no curso do processo.
- Cristiana Brittes – homicídio qualificado por motivo torpe, coação no curso do processo, fraude processual e corrupção de menor.
- Allana Brittes – coação no curso do processo, fraude processual, e corrupção de adolescente.
- Eduardo da Silva – homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;
- Ygor King – homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude no processo, corrupção de menor;
- David William da Silva – homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude durante o processo, corrupção de menor e denunciação caluniosa;
- Evellyn Brisola Perusso – denunciação caluniosa, fraude processual, corrupção de menor e falso testemunho.
EDISON BRITTES
O empresário Edison Brittes Júnior, disse ao confessar o crime, que Daniel tentou estuprar Cristiana Brittes, esposa dele. Contudo, o delegado Amadeu Trevisan já afirmou que não houve tentativa de estupro. O MP também disse que não houve tentativa de estupro.
DEFESAS
O advogado de Eduardo da Silva, afirma que o MP-PR atuou na denúncia com suposição, e que o inquérito policial não esgotou todos os meios para esclarecer divergências. Edson Stadler disse que sentiu falta de uma acareação e reconstituição do crime. Ele ainda afirma que só vai decidir o que fazer posteriormente, depois de Eduardo ser notificado oficialmente da denúncia.
Já Luiz Roberto Zagonel, que defende Evellyn Brisola, disse que não teve acesso à denúncia, mas que ficou surpreso com a denúncia apresentada. Ele diz que sua cliente buscou auxiliar autoridades na busca da verdade, o que restará comprovado na futura instrução processual.
O advogado de Ygor King e David Willian disse que só se manifestará após ter acesso à denúncia.
