Londrina tem o menor repasse para empresas de ônibus entre cidades do PR

Derick Fernandes
Por Derick Fernandes 1 comentário 5 min de leitura
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Foto: Devanir Parra

O aporte de R$ 25,2 milhões para custear as empresas de ônibus de Londrina, aprovado pela Câmara Municipal no início do ano, é o mais baixo se comparado a subsídios pagos por outras cidades do Paraná.

O modelo adotado em Londrina para o custeio do sistema de transporte coletivo virou uma referência e foi copiado por Maringá, que poucos meses depois da aprovação em Londrina, também encaminhou a proposta idêntica para a Câmara de Vereadores, destinando aporte de R$ 30 milhões para a TCCC.

A matemática é simples. Para reduzir o preço da passagem, a prefeitura assumiu o pagamento da tarifa de idosos, gestantes, deficientes e demais pessoas com gratuidade garantidas por lei. Essa gratuidade, na prática, era paga pelos demais usuários na tarifa do transporte.

Com o subsídio, os usuários, então, deixaram de pagar o custo desses passageiros com passe livre, e o preço caiu. Em Londrina, a tarifa técnica é de R$ 5,45 enquanto o valor pago por passageiro que era de R$ 4,25 caiu para R$ 4. Em Maringá, com tarifa técnica a R$ 6,36 o passe na catraca caiu de R$ 5 para R$ 4,50.

Sem esse custeio, a passagem ficaria mais cara, o que consequentemente inviabilizaria a operação, já que ir de ônibus ficaria mais caro e menos atrativo do que chamar um Uber.

A saída encontrada por Londrina veio depois de a cidade perder quase 25% dos passageiros durante o período da pandemia. O aumento dos insumos como o óleo diesel e pneus fez com que o custo do sistema quase que dobrasse em pouco tempo e subir o preço da passagem era a única alternativa viável.

As empresas chegaram a propor valores que chegaram a R$ 10 por passageiro, para que o sistema funcionasse como o contrato previa: com ônibus com ar-condicionado, veículos com vida útil de poucos anos e modelos com suspensão a ar. Alguns desses veículos chegaram a ser entregues, mas passaram a maior parte do tempo parados, já que com a pandemia, optou-se por ônibus com janelas que pudessem ser abertas.

SUBSÍDIO EM CIDADES DO PR

Apesar de causar polêmica, o custo pago pela prefeitura de Londrina para segurar o aumento da passagem não chega nem perto dos valores aportados por outras cidades do Paraná. Um exemplo é Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, que banca R$ 54 milhões por ano para financiar o sistema, e conta com uma população de pouco mais de 145 mil habitantes.

No oeste, Cascavel é outro exemplo de município que precisa fazer repasses às empresas. Entre 2020 e 2021 foram R$ 25 milhões com a expectativa de mais R$ 12 milhões em 2022, para uma população de 330 mil habitantes. E mesmo isso não foi suficiente para impedir o aumento da passagem para R$ 4,50.

Maringá, seguindo o mesmo projeto proposto por Londrina, banca R$ 30 milhões, e consegue ter o sistema ainda mais caro, mesmo sendo uma cidade menor.

Curitiba, por sua vez, tem ajuda do Governo do Estado, e também arca com altas cifras para as empresas de ônibus. Entre 2020 e 2021 foram R$ 320 milhões. Nesta semana, a Câmara de Vereadores aprovou mais um crédito de R$ 174 milhões. Somando todos os aportes, só em Curitiba a cifra chega a R$ 500 milhões.

Dessa forma, Londrina ainda tem conseguido se sobressair diante de cidades com custos mais pesados sobre o transporte. A solução, no entanto, é paliativa e o que se espera é o reequilíbrio com o retorno dos passageiros que existiam antes da pandemia. Caso contrário, a tendência é que cada vez mais subsídios sejam necessários, ao ponto das cidades viverem o colapso generalizado em seus sistemas, restando ao Governo Federal resolver.

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Derick Fernandes é jornalista profissional (MTB 10968/PR) e editor-chefe do Portal i24.
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