A Operação Zona Residencial 3 (ZR3), que apura um esquema de pagamento de propina – envolvendo vereadores, servidores municipais, ex-secretários e empresários – para aprovar a mudança de zoneamento na cidade, teve mais uma etapa de sua investigação realizada na tarde desta quinta-feira (1º), no Ministério Público (MP) de Londrina, no norte do Estado.
Seis dos onze investigados na operação estiveram presentes no órgão, para prestar depoimentos. Os primeiros a chegarem à sede do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) foram José de Lima Neto e Brasil Filho Mello de Souza. Ambos são apontados nas investigações como responsáveis pelas loteadoras Jorasa e NB loteadora.
Durante todas as perguntas realizadas pelo promotor Leandro Antunes Machado, os investigados permaneceram em silêncio utilizando o direito de somente se pronunciarem perante o juiz. Segundo o MP, eles têm envolvimento no pagamento de vantagem indevida para a mudança de zoneamento em uma área industrial.
Em entrevista para o portal G1, o advogado de defesa dos dois empresários, André Salvador, afirmou que seus clientes só irão se defender após a formalização da respectiva denúncia. “Eles não tinham contato nenhum com membros da Câmara de Vereadores, e também nem contatos com servidores da prefeitura”, defendeu Salvador.
O empresário Vander Mendes Ferreira também esteve presente nesta tarde e, assim como os outros empresários, permaneceu calado e não respondeu às perguntas do Gaeco. À imprensa, ele afirmou que vai provar a sua inocência e disse que se sente injustiçado. “Vou provar a minha inocência. Eu não tenho nada a ver com isso aí não”, declarou.
Já o ex-secretário de Ambiente e ex-vice-presidente do Conselho Municipal da Cidade (CMC), Cleuber Moraes, citado em conversas do vereador Rony Alves (PTB) e também investigado pelo Gaeco, prestou declarações por cerca de uma hora. Para ele, esta foi a oportunidade de desconstruir a ideia de que ele participaria da suposta organização criminosa. “Minha empresa não teve aumento de serviços por essas questões. Então, participar de alguma suposta organização, tem que ter algum benefício”, pontuou.
A ex-presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (IPPUL) e membro do CMC, Ignes Dequech, também deu suas explicações ao promotor. Ela foi flagrada em gravações autorizadas pela Justiça dizendo ao dono de um dos terrenos que a mudança de zoneamento somente sairia do papel com pagamento de propina.
De acordo com o advogado dela, Marcos Ticianelli, ela não tem ligação com qualquer atividade ilícita envolvendo os fatos investigados. “Ela não tem responsabilidade sobre qualquer dessas supostas acusações, que existam nesse procedimento”, disse Ticianelli.
O último a depor foi o empresário Homero Wagner Fronja. A defesa dele informou que o cliente respondeu a todos os questionamentos feitos pelos promotores.
Com informações: G1