A cada temporada que passa, o poker brasileiro torna-se mais organizado e consequentemente mais competitivo. Portanto, não é nada fácil ser uma das principais potências do poker, sobretudo em países com dimensões continentais como o Brasil.
Com número grande de competidores de alto nível técnico aliado a um trabalho muito sério feito pela Federação Paranaense de Texas Hold’em nos últimos anos, o Paraná atravessa grande momento no poker brasileiro e é considerado uma das principais forças desse esporte da mente.
Em julho deste ano, o Estado do Paraná entrou para a história do poker nacional ao vencer o Campeonato Brasileiro de Poker por Equipes (CBPE), maior evento por equipes da América Latina.
É importante destacar que a vitória não foi fácil e veio apenas na última mão disputada na mesa final do evento — o que valoriza ainda mais a grande conquista. São Paulo, que era apontado por muitos como o principal candidato ao título, ficou com a segunda colocação.
Disputado desde 2013, o CBPE reúne grande parte dos Estados brasileiros em uma competição para definir qual é a principal força desse esporte das cartas no Brasil — nunca houve um bicampeão na história da competição. O evento acontece todos os anos em parceria com o BSOP (Brazilian Series of Poker) — principal circuito de poker do hemisfério sul.
Em 2017, a participação do Paraná não empolgou muito — o time ficou fora da segunda fase da competição daquele ano. Sendo assim, foi decidido que a equipe de 2018 precisava ter caraterísticas diferentes em relação ao ano anterior, e a mudança veio.
O histórico time campeão paranaense contou com craques da modalidade online e foi escolhido minuciosamente pelo técnico Daniel Almeida, que convocou os seguintes competidores: Thiago Crema, Alisson Piekazewicz, Leocir Carneiro, Marcos Brito, Pedro Grochocki e Dayane Kotoviezy (única remanescente do time de 2017).
“Estou muito feliz e contente. Eu tinha plena confiança no meu time, disse para eles desde o início. Foi uma convocação muito difícil, com grandes competidores, porém as coisas deram certo no Dia 1 e no Dia 2 acabou não indo tão bem, terminou sendo muito sofrido, mas o importante é que veio o título”, comemorou o treinador Daniel.
O Paraná já havia ficado perto do título do CBPE em outras oportunidades, mas faltava subir esse degrau a mais e entrar de vez no rol dos melhores do Brasil. Geraldo Campelo, Presidente da Federação Paranaense de Texas Hold’em, disse que o time de 2018 se esforçou mais para chegar até a conquista: “É uma sensação indescritível, batemos na trave em outras oportunidades, mas a cravada é uma emoção diferente. Acho que esse ano fizemos um pouco a mais do que faltou nos outros anos.”
Além do ótimo trabalho feito em equipe, os competidores paranaenses dão show no individual. Natural de Ponta Grossa e um dos pilares do poker do Paraná, Thiago Crema é um dos melhores competidores do Brasil e da América Latina e acumula importantes conquistas na carreira.
Na atual temporada, por exemplo, Thiago já cravou um evento do WCOOP 2018 (Campeonato Mundial de Poker Online) e, além disso, foi campeão do Top do Brasil, evento histórico que reuniu os 32 melhores competidores do país.
“Era bem difícil (vencer o Top do Brasil), vários dos melhores jogadores do país estavam reunidos na competição, então é uma sensação muito boa cravar esse torneio”, disse Crema em entrevista.
Outro competidor paranaense que merece destaque na atual temporada é Leocir Carneiro. Além de ter conquistado um título na WSOP (World Series of Poker) 2018, no qual teve que superar mais de 90 competidores, Leocir marcou presença na mesa final do Main Event do BSOP Iguazu — realizado no último mês de agosto, na Argentina.
Paraná mostrou mais uma vez em 2018 porque é considerado um dos polos desse esporte da mente no país. Além disso, com tantos competidores em alto nível representando o Estado até mesmo internacionalmente, pode-se dizer que o poker paranaense nunca esteve tão bem.
