Esposa e irmão do prefeito de Assaí são condenados a pagar R$ 5 milhões à Copel por ‘gato’

Caso aconteceu entre 2013 e 2016. A sentença judicial, no entanto, foi publicada apenas em 18 de abril deste ano.

Derick Fernandes
4 min de leitura
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Empresa da família do prefeito é alvo da açãoFoto: Arquivo

A Justiça condenou por estelionato a esposa e o irmão do prefeito de Assaí, na Região Metropolitana de Londrina, por fraudar o equipamento de medição de energia elétrica fornecido pela Companhia Paranaense de Energia (Copel).

Segundo a decisão, os técnicos da estatal identificaram um ‘gato’ que durante três anos ocasionou prejuízo milionário à empresa. Ainda cabe recurso.

A sentença foi proferida pelo juiz Guilherme de Andrade Orlando, e determina que Marco Antônio Bomtempo e Neusa Maria Varella Bomtempo, irmão e esposa do prefeito Michel Angelo Bomtempo (PSD), paguem R$ 5,6 milhões à estatal. Eles ainda foram condenados a um ano de prisão pelo crime configurado.

O caso aconteceu entre março de 2013 e junho de 2016. A sentença judicial, no entanto, foi publicada apenas em 18 de abril deste ano.

Conclui que se utilizou os dispositivos eletrônicos irregulares em todos os meses em que o horário de ponta apresenta consumo zero”

diz a decisão

Denúncia

Depois de uma denúncia anônima, técnicos da Copel fizeram uma vistoria na empresa Jumbo, localizada em Assaí, que é de propriedade do irmão do prefeito e ainda tem como sócia a primeira-dama do município. A empresa atua no ramo de fabricação de máquinas industriais.

Durante a inspeção, foram identificadas irregularidades no registro de energia da empresa.

Conforme a denúncia do Ministério Público (MPPR), um circuito eletrônico foi instalado nos condutores de sistema de medição. A iniciativa, segundo o órgão, era causar distorção no registro de consumo, e assim não pagar as despesas de eletricidade.

Outro lado

A defesa de Marco Antônio Bomtempo se manifestou nos autos e pediu a absolvição do cliente, alegando que “não restou comprovada a materialidade delitiva” e que houve “inconsistência e contradições nas provas produzidas unilateralmente pela concessionária”.

Também citou que os fatos apurados aconteceram em um momento de “rivalidade política” e que haveriam “muitas pessoas interessadas em prejudicá-lo”.

Já a defesa de Neusa Maria Varella Bomtempo afirmou que ela “não possuía poderes de administração na empresa Jumbo”.

O juiz afirmou na sentença ter havido crime de estelionato e que “é notório que as condutas dos acusados eram de fraudar a medição estimada pela fornecedora de energia elétrica, notadamente para reduzir ou anular a quantidade de energia consumida”.

Já sobre a questão política mencionada pela defesa, o juiz entendeu que “não passa de conjectura e uma versão isolada, e que a denúncia poderia ser feita por qualquer pessoa, cabendo à Copel a averiguação de irregularidades”.

Neusa e Marco Antonio foram condenados a 1 ano e dois meses de prisão em regime aberto cada um. A pena foi substituída pelo juiz por prestação de serviços à comunidade e o pagamento de multa equivalente a 50 salários mínimos, além da reparação à Copel.

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