Brasília – A procuradora-geral da República, Raquel Dodge pediu nesta quarta-feira (09) ao STF (Supremo Tribunal Federal) para manter a prisão do Ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) que esta preso na Papuda, em Brasílía. A PGR também sugeriu que ele seja condenado à 80 anos de reclusão
Raquel Dodge apresentou os pedidos ao entregar todas as alegações finais do processo relacionado ao dinheiro de R$51 milhões de reais encontrados em malas em um apartamento em Salvador (BA) em 2017.
Agora, a defesa dos réus também deve apresentar as alegações finais. Depois disso, a ação estará pronta para julgamento pela Segunda Turma do STF, o que pode ocorrer ainda no primeiro semestre deste ano.
Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), os R$ 51 milhões têm como possíveis origens: propinas da construtora Odebrecht; repasses do operador financeiro Lúcio Funaro; e desvios de políticos do MDB.
Além de Geddel, são réus no caso o deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA), irmão do ex-ministro, e Marluce Vieira Lima, mãe dos dois. Eles foram acusados pelo Ministério Público Federal de terem cometido os crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Segundo Raquel Dodge, há risco de fuga e cometimento de novos crimes, pois Geddel “já deu mostras suficientes do que, em liberdade, é capaz de fazer para colocar em risco a ordem pública e vulnerar a aplicação da lei penal”.
A PGR diz, por exemplo, que Geddel:
- tentou impedir a delação do operador financeiro Lúcio Funaro;
- manteve ocultos os R$ 51 milhões;
- manteve secretários parlamentares trabalhando como empregados domésticos;
- mandou destruir provas contidas em anotações, agendas, documentos e outros.
PENAS
A PGR pediu as seguintes penas ao Supremo Tribunal Federal:
- Geddel Vieira Lima, ex-ministro: 80 anos de reclusão;
- Lúcio Vieira Lima, deputado do MDB: 48 anos e seis meses de reclusão;
- Luiz Fernando da Costa, empresário: 26 anos de prisão.
Além disso:
- A PGR pediu ao Supremo perdão judicial para o ex-secretário parlamentar Job Brandão porque ele colaborou com as investigações (havia digitais dele no dinheiro);
- O processo sobre Marluce Vieira Lima tramita na Justiça de Brasília, e ela prestará depoimento em 15 de fevereiro.