OPINIÃO
Ao contrário do que muitos pensam, o governador Ratinho Júnior não é toda essa inovação da política. Primeiro, porque ele já vem de uma família onde a política é hereditária – começou com Ratinho pai, que foi deputado federal pelo Paraná nos anos 90 – continuou com o filho, que desde 2003 já foi de vereador a deputado, e quase chegou a levar a prefeitura de Curitiba em 2016, mas perdeu para Gustavo Fruet.
A decisão do ministro Edson Fachin em devolver os direitos políticos do ex-presidente Lula o coloca em uma saia justa – justíssima pra falar a verdade. O Ratinho do SBT deve favores a Lula, favores políticos e que são evidenciados em uma estreita amizade que mantiveram durante os governos petistas.
Uma reportagem da Folha de S.Paulo em 2006 retrata que o pai do governador chegou a ser delatado pelo mensaleiro Marcos Valério por ter, supostamente recebido valores que chegaram a R$ 5 milhões para fazer elogios ao PT em seu programa de televisão.
Na época, o dinheiro teria sido repassado ao apresentador pelo então deputado José Borba (PMDB-PR) que renunciou um ano mais tarde acusado de receber dinheiro no esquema do mensalão.
A reportagem da Folha de S.Paulo pode ser lida neste link
Hoje, assim como o filho, Ratinho pai é crítico ao PT e apoiador consagrado de Bolsonaro. Uma mudança radical, e um tanto suspeita para quem foi novamente citado na imprensa por – em 2020 – receber valores do Governo Federal para defender assuntos de ordem política. A notícia foi publicada na Revista Veja.
Mas apesar dessas idas e vindas do pai, a pergunta que fica é – para que lado vai Ratinho Júnior em 2022? A resposta mais confortável para isso é – para o lado que lhe convir.