LONDRINA – Basta uma consulta pública para verificar a informação: o transporte coletivo de todo o norte do Paraná está praticamente nas mãos de um único grupo empresarial. Além da Grande Londrina, os dez sócios – cujo a maior parte da fatia é do Grupo Constantino, também dono da Gol, possuem ainda as operações do transporte coletivo em Maringá (TCCC), Rolândia (TCR), Apucarana (VAL) e até em cidades de SP, como Bauru. O mesmo grupo também é controlador da TIL, que serve a Região Metropolitana de Londrina.
No centro de uma polêmica envolvendo a Prefeitura de Londrina, a Transportes Coletivos Grande Londrina faturou milhões na cidade, nos últimos anos, explorando o serviço – que recebe duras críticas da população por conta da ineficiência, falta de investimento na frota e melhoria do sistema.
Agora, com o contrato de 15 nos prestes a terminar em 19 de janeiro de 2019, a TCGL anunciou que irá deixar de operar em Londrina. Um movimento que foi visto como pressão da empresa para forçar a prefeitura voltar atrás e modificar os termos da licitação, de forma que beneficiassem-a economicamente. Além disso, a Grande Londrina declarou que caso não dispute o certame, exige reajuste da passagem para R$ 4,60 para não deixar a cidade sem ônibus a partir da data do vencimento contratual.
As empresas vencedoras da licitação teriam até 60 dias para assumir o serviço, porém nesse meio tempo, pode haver um lapso no transporte (falta de ônibus). O prefeito Marcelo Belinati (PP) disse que não irá ceder à pressão imposta pela Grande Londrina.
FALTA DE DINHEIRO
Mesmo com toda estrutura do Grupo Constantino, e com sócios que acumulam mais de R$ 300 milhões em patromônio, a Grande Londrina anunciou a demissão em massa dos mais de 1,6 mil funcionários, no caso do encerramento das operações.
No entanto, a empresa também disse que não tem dinheiro para honrar com o pagamento das rescisões contratuais dos colaboradores. O Sindicato que defende os trabalhadores manifestou preocupação com o comunicado e teme um calote milionário da TCGL.
O assunto virou polêmica nas redes sociais e fator de preocupação para os funcionários da empresa, que não receberam garantia nenhuma de que irão continuar empregados em 2019.