Um vídeo exclusivo recebido pela reportagem do Portal 24Horas mostra a situação periclitante vivida por enfermeiros e médicos do Hospital Universitário de Londrina, o maior do Norte do Paraná e referência regional para mais de 90 cidades no tratamento da Covid-19.
Todos os leitos de UTI estão ocupados e muitos pacientes entubados ocupam alas inteiras do hospital, que também tem pessoas internadas com o vírus em alas destinadas a outras enfermidades e atendimento geral, como acidentes de trânsito por exemplo.
Na condição de anonimato, a pessoa que gravou o vídeo relatou a pressão sobre a equipe e declarou que todos já trabalham no limite. “A situação está caótica, tínhamos um único setor que era apenas para pacientes positivos, e outros setores eram para pacientes com baixa suspeita ou alta suspeita. Hoje já não tem mais baixa suspeita, é tudo alta suspeita e pacientes positivos”
A fonte também relatou que em alguns casos, há quase o dobro da capacidade de pacientes internados nas alas. “Nós temos dois setores que cabiam 10 pessoas, mas hoje um está com 18 pacientes e outro está com 16, com cinco a seis pacientes entubados. Nos quartos, que eram para cinco pacientes, estamos acomodando 6, 7 pessoas, todas com Covid-19“, disse.
Nesta sexta-feira (05) de acordo com a direção do Hospital Universitário, haviam 63 pacientes esperando transferência para leitos de UTI. A unidade também trabalha com 200% de lotação no Pronto-Socorro, que foi fechado por 24 horas numa tentativa de amenizar a situação.
Já no que se refere apenas a leitos exclusivos para tratamento da Covid-19, o HU tem 109% de ocupação das UTIs e 132% nas enfermarias. O hospital novamente fez um apelo à população para que sejam respeitadas as medidas de isolamento, e que pacientes não procurem atendimento direto no hospital, para garantir a organização na atenção a todos os casos.
FALTA DE FUNCIONÁRIOS
Ainda conforme o relato de um membro da equipe de enfermaria do hospital, faltam funcionários para dar conta dos atendimentos.
“Há uma falta de funcionários que nos deixa cansados, estressados. A equipe de enfermaria fica cansada, a equipe médica também cansa, mas estamos lutando todos os dias, fazemos de tudo para poder oferecer o maior conforto para os pacientes”, relata.
“Os pacientes não ficam desassistidos, apesar da quantidade menor de funcionários, de as vezes faltar uma bomba de infusão para medicar os pacientes, a gente dá um jeito. Está muito difícil, é uma rotina intensa”, finalizou.