Ministério Público abre investigação sobre trincheira da Leste-Oeste em Londrina

Órgão pediu informações à prefeitura sobre os aditivos concedidos para a TCE Engenharia e os relatórios de medição da obra.

Derick Fernandes
4 min de leitura
Divulgação: Este site contém links de afiliados. Ao clicar neles, você já ajuda a apoiar nosso trabalho, sem qualquer custo adicional para você. Cada clique faz a diferença e nos permite continuar trazendo conteúdo de qualidade! ❤️
Obras da trincheira deveriam ter sido entregues em janeiro, mas foram adiadas para julho. Prazo não será cumprido.Foto: Colaboração

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) instaurou um inquérito para investigar o atraso nas obras da trincheira no cruzamento das avenidas Rio Branco com a Leste-Oeste em Londrina.

A estrutura que começou a ser construída ainda no começo de 2021 deveria ter sido entregue em janeiro deste ano, mas sucessivos atrasos transformaram a obra que seria uma solução para o trânsito, em um transtorno.

A prefeitura de Londrina ainda prorrogou o prazo para mais seis meses, até julho deste ano, mas o secretário de planejamento e orçamento, Marcelo Canhada, admitiu que a obra não deve ficar pronta até lá e o prazo deve ser estendido mais uma vez.

Os trabalhos estão sendo tocados pela TCE Engenharia. A empresa enfrenta uma série de crises no canteiro de obras em Londrina, com funcionários quase que todas as semanas entrando em greve por falta de pagamento. A empreiteira não se pronunciou acerca do inquérito do MP.

Aditivos na mira

O Ministério Público pediu informações sobre os aditivos contratuais de ajustes de valores e prazos, e a forma de fiscalização das obras pela prefeitura de Londrina. O inquérito foi instaurado em 9 de março pela promotora Sandra Regina Koch.

Na investigação, o MP listou uma série de informações a serem repassadas pela Secretaria Municipal de Gestão Pública, que elaborou a licitação da trincheira.

O órgão pede que sejam enviadas as:

  • Notificações encaminhadas à TCE Engenharia
  • Justificativas apresentadas pela empresa em razão dos atrasos e demais descumprimentos previstos no contrato
  • Relatórios de medição de obra, bem como indicação do fiscal de cumprimento do contrato e execução dos trabalhos
  • Íntegra do processo de licitação, contrato administrativo e termos aditivos relacionados à obra da trincheira
  • Esclarecimentos sobre providências adotadas em relação aos atrasos e greves de operários
  • Informação se já foi aplicada penalidade ou se há processo de aplicação de sansão em andamento por parte da prefeitura.

Empreiteira já foi investigada

A TCE Engenharia já foi alvo da extinta Operação Lava Jato em sua 48ª fase e tem como sócia a Construtora Triunfo S/A que também já foi investigada na mesma fase da operação.

Na ocasião, o Ministério Público Federal identificou um esquema de pagamento R$ 1,3 milhão em propina pelas construtoras sobre contratos de concessão das rodovias do Paraná.

A fase da operação foi deflagrada em 2018 e cumpriu mais de 50 mandados de busca e apreensão, além de seis prisões temporárias.

O proprietário da Triunfo Participações, controladora da TCE Engenharia, empresário Luiz Fernando Wolff Carvalho, chegou a ser preso na 55ª fase da investigação.

Aumento do custo

O valor orçado inicialmente para a construção da trincheira era de R$ 25 milhões. A cifra, no entanto, saltou para R$ 34 milhões depois de reajustes concedidos pela prefeitura.

Os últimos aditivos foram de R$ 2,5 milhões. Com isso, a obra já está 36% mais cara do que contratado em licitação. Mesmo assim, apenas pouco mais de 35% da estrutura foi concluída até o momento.

Receba notícias do 24H News no seu Telegram e saiba tudo em primeira mão! Inscreva-se em nosso canal: clique aqui!

Compartilhe