O Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná) realizou o sequenciamento genômico de 80 amostras de pacientes paranaenses infectados com a Covid-19. O resultado do estudo, que é parte das ações da Rede Genômica da Fiocruz, identificou várias amostras com presença da linhagem P.1, variante brasileira originária do estado do Amazonas e que circula desde o final do ano passado no Brasil. A pesquisa foi realizada em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), o Laboratório Central (Lacen-PR), o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e a Secretaria Estadual de Saúde.
Para a seleção das amostras, foram definidos dois grupos dentro de cada Macrorregião do estado. Um grupo composto pelos municípios sede das Regionais de Saúde e um segundo com os demais municípios que compõem a Macro, com exceção da Macrorregional Leste, onde foi criado um grupo adicional para o município de Curitiba e Região Metropolitana.
Foi definida a atribuição igual de 24 amostras por Macrorregião, e sorteio aleatório para os grupos pré-definidos em cada Macro. Das 80 amostras viáveis em que o sequenciamento foi realizado, a variante mais frequente foi a P.1, seguida por B.1.1.28 e P.2. Ambas variantes P.1 e P.2 são derivações da variante B.1.1.28. Além disso, também foram identificadas variantes do Reino Unido (B.1.1.7), entre outras.
A linhagem P.1, também conhecida como variante brasileira, é uma das variantes do SARS-CoV-2, o vírus causador do COVID-19. Esta variante do SARS-CoV-2 foi chamada de linhagem P.1 e tem 17 alterações exclusivas de aminoácidos, ela foi detectada pela primeira vez pelo Instituto Nacional de Doenças Infecciosas (NIID), no Japão, no dia 6 de janeiro de 2021 em quatro pessoas que chegaram a Tóquio depois de visitar a região do Amazonas, no Brasil, quatro dias antes. Posteriormente, foi declarada como estando em circulação no Brasil.
Os cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lideram um esforço nacional de pesquisa que busca decodificar o genoma do SARS-CoV-2, causador da Covid-19, e acompanhar suas linhagens e mutações genéticas.
Por meio da Rede Genômica Fiocruz, especialistas de todas as unidades da Fundação no país e de institutos parceiros gerar diariamente dados mais robustos sobre o comportamento do vírus e contribuir para um melhor preparo do país no enfrentamento da pandemia em termos de diagnóstico mais precisos e vacinas eficazes.
O grupo participa da iniciativa internacional de acesso aberto a informações sobre genomas de vírus influenza e coronavírus, o GISAID, sendo um dos grupos curadores da iniciativa na América do Sul.
Estagiária com supervisão do jornalista Derick Fernandes