Áudio relata ação de bolsonarista que matou líder do PT em Foz do Iguaçu

Homem chegou ao local aos gritos de "aqui é Bolsonaro!"; Esposa dele pediu ao marido para que eles saíssem do local.

Derick Fernandes
Por Derick Fernandes 6 min de leitura
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Guarda Municipal foi morto a tiros em festaArquivo pessoal

O relato de um empresário de 49 anos conta o que aconteceu na festa de aniversário com temática do PT, na qual o guarda municipal e aniversariante Marcelo Arruda, de 50 anos, foi morto a tiros em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.

O crime aconteceu na noite de sábado (09). Arruda, que além de guarda municipal era sindicalista e tesoureiro do PT de Foz celebrava seu aniversário com amigos quando a festa foi invadida pelo agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho. Ele teria chegado ao local gritando “aqui é Bolsonaro!” e em seguida atirou contra Marcelo.

O guarda municipal revidou os disparos e também atingiu o agente penitenciário. Marcelo, no entanto, morreu no local. Já o agente penitenciário foi levado ao hospital, e segundo a polícia, também teria morrido. Na tarde deste domingo (10) no entanto, a polícia voltou atrás e disse que não era possível confirmar a morte de Guaranho.

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Perfil de Jorge Guaranho no Twitter (Reprodução)

O Hospital Municipal para onde o agente foi levado, disse que ele encontra-se internado na unidade em estado grave, porém está vivo.

No relato do empresário ao site Metrópoles, ele conta que era amigo do guarda há 30 anos. Os dois se conheceram em uma atividade de defesa do meio ambiente. Marcelo era formado em biologia e o empresário cursou gestão ambiental.

A festa estava marcada para as 19h, mas o empresário chegou ao local do evento, em uma associação, por volta das 21h. O aniversariante e os convidados cantaram parabéns às 22h30. Em seguida, o petista puxou em coro a canção “Ole, ole, ole, ola, Lula, Lula“.

Por áudio, a testemunha resumiu o que aconteceu no local logo ao final da festa:

BRINCADEIRA

A vítima e os convidados da festa acharam que era brincadeira quando Guaranho chegou ao local e ameaçou os participantes do evento.

Meia hora depois chegou uma pessoa que a gente não conhecia. O Marcelo não conhecia. Eu sei porque ele me falou isso depois que o cara veio a primeira vez, quando chegou no local

Relato da testemunha que estava na festa

O homem até então desconhecido, que agora se sabe que é um agente penitenciário, Guaranho teria invadido o espaço gritando frases como “Lula ladrão” e “aqui é Bolsonaro!”

Todo mundo na festa achou que era uma brincadeira, porque tinha pessoas ali que não era do PT, tinha familiares dele, amigos que eram da área de segurança que eram bolsonaristas. Tinha essa brincadeira ali

Contou o amigo de Marcelo Arruda

Conforme o relato do empresário, o aniversariante estava na cozinha neste momento. Amigos, inclusive, foram chamá-lo, acreditando ser outro convidado da festa. “Ele foi receber a pessoa na porta, mas depois viu que não o conhecia”, disse.

AMEAÇAS

Foi então, neste momento, que o agente penitenciário manobrou o carro e estava na janela do veículo de frente para a porta do local da festa. O petista percebeu que não se tratava de uma brincadeira, mas que era algo sério.

O Marcelo começa a dizer para o cara ir embora que é uma festa de família. O cara tira a arma para fora aponta para o Marcelo e para as pessoas e diz: ‘Vocês têm que morrer tudo, seus vagabundos, vou matar vocês’

Afirmação do empresário

Na sequência dos fatos, o guarda civil arremessa um copo de chopp em direção ao carro.

A mulher do agente penitenciário, que estava no banco de trás do veículo com o filho de três meses dele, começa a gritar e pede para que o marido vá embora. O assassino começa a arrancar, mas antes ameaça: “Eu vou voltar e vou matar vocês, seus vagabundos”.

Um vídeo mostra a ação:

20 MINUTOS DEPOIS ASSINO VOLTA

Guaranho saiu do evento. Marcelo, temendo que o bolsonarista voltasse, pegou sua arma funcional da guarda municipal que estava no carro. Pouco tempo depois, o agente penitenciário, de fato retornou à festa com arma em punho.

Chegou na porta desceu com a arma em punho. A esposa do Marcelo, que é policial civil, estava desarmada e está de licença maternidade porque tiveram filho há um mês, começa gritar ‘Polícia, para’

Relato do empresário que estava na festa

De acordo com o relato, o guarda municipal sacou a arma e também gritou: “Polícia, abaixa a arma”. Mas o agente não respeitou, e começou a atirar.

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