Empresas não aceitam termos de audiência e greve continua em Londrina

Derick Fernandes
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Terminal Central de Londrina vazio por causa da greve - Foto: Reprodução

Pelo menos até amanhã, Londrina deve continuar sem o serviço de transporte coletivo por causa da greve de motoristas e cobradores. A audiência de conciliação que aconteceu na tarde desta quarta-feira (02) terminou indefinida, depois que as empresas não concordaram com a proposta do pagamento dos benefícios reivindicados, e mencionaram recorrer da determinação.

Motoristas e cobradores estão em greve por causa do atraso no pagamento dos benefícios que estão sendo negociados desde o ano passado. Os valores envolvem o PPR (Plano de Participação nos Resultados) e um adicional de R$ 50 no ticket alimentação dos trabalhadores.

TCGL e Londrisul prometeram o pagamento para a segunda-feira de carnaval (28) mas não cumpriram o cronograma, e se negaram a fazer o depósito alegando que ainda não tinham recebido os repasses da prefeitura referente ao reequilíbrio econômico de 2021.

No ano passado, a prefeitura de Londrina autorizou o pagamento de um aporte de R$ 20 milhões para as duas empresas a título de reequilíbrio. A TCGL e Londrisul entraram com o pedido alegando perdas por causa da pandemia de Covid-19 que reduziu o número de passageiros.

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Foto: Devanir Parra

Em janeiro deste ano, as companhias pediram reajuste da passagem para R$ 10. O pedido foi negado pela prefeitura, que propôs subsidiar em até R$ 25 milhões por ano a tarifa para idosos, deficientes, gestantes e pessoas que tem direito à gratuidade no transporte. O dinheiro também não chegou ao caixa das empresas.

Por causa desse imbróglio é que houve o atraso, que culminou na greve. As concessionárias do serviço afirmaram que só fariam o pagamento diante do repasse integral. A prefeitura, por sua vez, ofereceu fazer um pagamento parcial para que os benefícios fossem quitados, mas a ideia apresentada pela CMTU foi refutada pelos empresários.

AUDIÊNCIA

Na audiência de hoje, o juiz determinou que as empresas fizessem o pagamento aos trabalhadores em até 5 dias, a partir do recebimento de R$ 2 milhões da prefeitura. Na mesma decisão, a Justiça condicionou a CMTU a depositar o dinheiro no prazo contado de 15 dias, o que foi aceito pelo órgão municipal.

A definição, porém, não agradou as companhias que afirmaram que irão recorrer da decisão e levar a discussão para uma esfera superior da Justiça do Trabalho. Com a decisão judicial, os trabalhadores deverão receber os benefícios em até 20 dias, considerando o prazo dado à CMTU e as empresas.

Os funcionários, por sua vez, vão realizar uma assembleia sindical entre hoje e amanhã para decidir pela interrupção da greve até o prazo de pagamento. A decisão do retorno das linhas depende do que a assembleia definir, com a maioria absoluta dos votos dos sindicados.

A previsão é que, caso a assembleia aceite a proposta, os ônibus voltem a circular amanhã.

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Derick Fernandes é jornalista profissional (MTB 10968/PR) e editor-chefe do Portal i24.
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