A expectativa nesta segunda-feira (8) é que a fila de espera por um leito de enfermaria ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Paraná passe dos mil pacientes. Se antes 92% dos que precisavam de um atendimento avançado conseguiam um leito em 24 horas, hoje apenas 62% são transferidos no primeiro dia e a tendência é de piorar ainda mais.
Apesar de tudo isso, não se vê na sociedade atitudes para mudar a realidade, de acordo com o diretor de Gestão em Saúde da Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa-PR), Vinicius Filipak, que teme que parte da população paranaense seja dizimada pelo pensamento individual das pessoas.
“A sociedade paranaense tem a cada dia desconsiderado dados que nós estamos informando, que é a de falta de leitos, questionando ainda medidas restritivas, não usando máscara e aglomerando. Se a sociedade quer pensar no conforto pessoal, seguir a vida normalmente, não usar máscara e negar o que está acontecendo, toda ação terá uma consequência. Apenas a sociedade poderá fazer diferente e, se isso não acontecer, teremos um risco de dizimar parte da população do Paraná e do Brasil. Quem consegue um leito de UTI, de 40 a 50% morrem. Decidiu-se que o conforto econômico é mais importante que a Saúde”, lamentou.
Ainda de acordo com Filipak, nesta segunda-feira a situação é muito preocupante. “Só no Paraná são quase 700 pacientes aguardando por leitos nesta segunda, somando com Curitiba e região, que ainda não temos dados, deve passar de mil. Antes, 92% dos pacientes eram internados em 24 horas e hoje apenas 62% conseguem neste tempo. A espera será cada vez maior, especialmente para quem precisa de UTI”, ponderou.