Os quatro acusados de participar da morte do empresário Fabrizzio Machado da Silva, de 34 anos, devem ir para juri popular. A decisão ainda cabe recurso. O crime aconteceu no dia 23 de março de 2017, quando a vítima foi morta a tiros, em Curitiba.
Fabrizzio era presidente da Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis (ABCFC).
Durante uma coletiva de imprensa para a apresentação de três suspeitos de participar do crime, a Polícia Civil informou que o crime teve relação com a atividade de fiscalização contra fraudes de combustíveis exercida por ele.
A decisão foi tomada na terça-feira (16) pela juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, da 1ª Vara Privativa do Tribunal do Júri do Foro Central da Região Metropolitana de Curitiba.
A acusação
Segundo a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR), na época em que foi morto, Fabrizzio ajudava uma equipe do Fantástico a fazer uma reportagem sobre a fraude de combustíveis em São Paulo, Paraná e Santa Catarina. ele fez o último contato com os repórteres, três horas antes do crime.
A denúncia também aponta que Onildo Chaves de Córdova II, dono de um posto de combustíveis, encomendou a morte de Frabrizzio como vingança pela investigação. Onildo teria procurado Jeferson Rocha da Silva, que aderiu ao plano e indicou Patrick Jurczyszyn Leandro para executar o crime.
De acordo com a decisão, Leandro recebeu a oferta de aproximadamente R$ 20 mil para matar a vítima.
O quarto réu é Matheus Willian Marcondes Guedes que, conforme o MP-PR, dirigiu o carro usado no dia do crime.
Leandro e Guedes foram até as proximidades da casa do empresário e, quando ele chegava em casa de carro, por volta das 22h, os dois bateram na traseira do veículo da vítima.
Ao sair do veículo para ver o que tinha acontecido, Fabrizzio foi atingido por tiros disparados por Leandro, sem chance de defesa. Uma câmera de segurança registrou o momento do crime. Assista ao vídeo acima.
Em seguida, os dois acusados fugiram do local. No dia seguinte, o caso usado por eles foi encontrado queimado na Região Metropolitana de Curitiba.
Dois dias depois da morte de Fabrizzio, em 25 de março, a Polícia Civil paranaense deflagrou a Operação Pane Seca, que fechou nove postos de combustíveis em Curitiba e na Região Metropolitana e prendeu seis pessoas. Um dos postos alvos da operação pertence a Córdova.
Em 29 de março a polícia cumpriu outros mandados, na 2ª fase da operação.
Atualmente, Guedes e Leandro estão presos. A decisão da Justiça que determinou o julgamento pelo júri popular também define que os dois permaneçam presos preventivamente, ou seja, por tempo indeterminado.
O outro lado
O advogado Patrick Jurczyszyn Leandro disse que não vai se manifestar no momento.
A defesa de Onildo Chaves de Córdova II informou que a instrução processual demonstra a inocência do acusado. Para o advogado, a decisão é injusta e não encontra amparo nos autos. A defesa informou ainda que vai recorrer da decisão nas instâncias superiores.
Os advogados de defesa de Matheus Willian Marconde Guedes esclarecem que ainda não tiveram conhecimento da decisão. A defesa alega que não há provas de autoria.
(Com informações do G1)