DIÁRIO 24H
BRASIL
A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (30), em cidades do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, uma operação contra quadrilhas especializadas em explosões de agências bancárias. Durante a ação, batizada de Operação Miguelito, doze pessoas foram presas.
Ao todo, 35 mandados judiciais foram expedidos pela Justiça Federal de Maringá, no norte do Paraná – nove de prisão preventiva, seis de prisão temporária, 18 mandados de busca e apreensão e dois de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para prestar depoimento.
No Paraná, ordens judiciais foram cumpridas em Londrina, Cambé, Arapongas e Curitiba; em São Paulo, ordens foram expedidas para Sandovalina e Euclides da Cunha Paulista; e no Mato Grosso do Sul, mandados foram cumpridos em Nova Andradina.
Segundo a PF, na maior parte dos assaltos os grupos utilizavam armas de grosso calibre e tinham táticas de realização de diversos disparos durante os delitos. Em alguns casos, os criminosos fizeram reféns como escudos humanos durante os confrontos com a polícia.
PRINCIPAIS ALVOS
Um dentista, dois agricultores, um gesseiro e um dono de restaurante estão entre os alvos da Miguelito, segundo o coordenador da ação, delegado federal Alexander Noronha Dias.
Além dos doze presos – sete por tempo indeterminado, e cinco pelo prazo de cinco dias –, três pessoas estão foragidas.
A suspeita da PF é de que o dentista, de Euclides da Cunha Paulista (SP), atuava com o apoio logístico de uma das quadrilhas e levava o grupo até os locais dos crimes, tanto de carro como de barco. “Detectamos que ele tinha vinculação à quadrilha”, explicou Dias. Ainda de acordo com o delegado, o dentista é um dos foragidos.
Dois agricultores de Sandovalina (SP) foram presos nesta quinta por suspeita de integrar uma das quadrilhas.
Além deles, um dono de restaurante em Arapongas (PR) – que tem uma extensa ficha criminal e ainda não havia sido localizado pela PF – e um gesseiro de Londrina (PR) também são alvos de mandados, conforme Dias.
Duas armas longas foram apreendidas em Arapongas durante o cumprimento dos mandados judiciais. Um alvo da ação foi flagrado quando voltava de um furto de madeira, acompanhado com o filho de 16 anos, informou a PF.
A PF detalhou que das duas quadrilhas alvos da ação desta quinta, uma tinha base em Curitiba e outra em Arapongas.
A PF não soube precisar o valor dos prejuízos causados aos 20 bancos de dez cidades roubados pelas quadrilhas no período das investigações, que duraram 18 meses.
Com as buscas e apreensões e análises de telefones celulares, a polícia espera identificar a origem dos explosivos usados nos ataques feitos pelas quadrilhas.
INVESTIGAÇÕES
De acordo com as investigações, que duraram 18 meses, pelo menos dois grupos responsáveis por cerca de 20 ataques a instituições financeiras do Paraná e São Paulo foram identificados.
As investigações e a deflagração da operação tiveram apoio da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp).
Os crimes investigados são organização criminosa, roubo agravado, latrocínio, porte de arma de fogo de calibre restrito e exposição a perigo mediante explosão.
O nome da operação, Miguelito, faz referência aos instrumentos compostos de pregos retorcidos espalhados pelas quadrilhas na fuga para dificultar perseguições policiais.