O Tribunal Regional Federal da 4ª região negou pedido de habeas corpus solicitado pela defesa do delegado da Polícia Federal Sandro Vianna, preso no mês passado ao deflagrar da operação “Corrumpere”, da própria PF.
A prisão aconteceu no último dia 25 de fevereiro em Londrina, no momento em que o delegado se encontrava com o diretor de uma empresa de segurança para receber uma propina de R$ 35 mil, que foram extorquidos de um empresário da cidade para evitar a abertura de um inquérito na Polícia Federal.
Na ocasião foi preso também o diretor da empresa de segurança, Clodoaldo Pereira dos Santos, de 35 anos, conhecido como “Tigrinho”. Era ele quem estava de posse do valor que seria repassado para o delegado. Tigrinho ficou responsável por o dinheiro do empresário. Ele receberia R$ 15 mil pelo serviço.
Segundo reportagem exibida pelo Paraná TV, da RPCTV, o mesmo empresário foi absolvido na Operação Publicano – que investiga uma fraude milionária na Receita Estadual do Paraná – por colaborar com o processo. Entretanto, após o episódio, o homem passou a responder pelos mesmos crimes em outra investigação sob responsabilidade do delegado Sandro Vianna.
A Polícia Federal de Brasília passou a investigar o delegado de Londrina, também por meio de escutas telefônicas autorizadas pela justiça. Em diversos momentos, os investigadores flagraram ligações de Tigrinho ao delegado, marcando encontros e acertando detalhes do pagamento. Segundo o processo, algumas negociações aconteceram na sede da delegacia da Polícia Federal na cidade.
Tigrinho segue preso em Londrina e Sandro Vianna foi transferido para o Distrito Federal. As defesas de ambos entraram com pedido de Liberdade Provisória, negado pelo TRF-4. Conforme a decisão, o relator do pedido, desembargador federal Márcio Antônio Rocha, aponta que há elementos de materialidade e autoria do crime de corrupção.
O outro lado
O advogado de Sandro Vianna disse que ingressaria nesta quarta-feira (15) na Justiça Federal, em Londrina, com um pedido de relaxamento da prisão enquanto aguarda o julgamento do mérito habeas corpus no TRF4.
A defesa afirmou, ainda, que solicitou uma perícia particular para comprovar que a voz, citada nas interceptações telefônicas, não é do delegado Sandro. O advogado alega ainda que os R$ 20 mil reais que seriam entregues ao delegado por Clodoaldo Pereira dos Santos, durante a prisão em flagrante, seriam um empréstimo pessoal.
Já o advogado de Clodoaldo afirmou que ele somente intermediou a entrega dos R$ 35 mil, apreendidos com o seu cliente durante a prisão em flagrante.
De acordo com o advogado, o empresário que teria sido extorquido é amigo de Tigrinho e teria pedido para que ele entregasse o dinheiro ao delegado, mas sem esclarecer os motivos do repasse. A defesa de Clodoaldo também deverá ingressar esta semana com um pedido de liberdade.