Fiel ao procedimento de criar confusão onde esteja, o (por enquanto) deputado federal Boca Aberta aprontou mais uma neste domingo: bloqueou com seu caminhão de som, assessores e familiares o pedágio de Jataizinho e tomou as rédeas do protesto contra o valor da tarifa.
O baile no apê ia de vento em popa… até que a Polícia Rodoviária Federal, brandindo um mandado judicial, pôs fim ao escarcéu. E apreendeu o caminhão por excesso de som e placa adulterada e multou o carro alugado pela Câmara dos Deputados por estar equipado com giroflex e sirene, de uso exclusivo da polícia.
E mais: seu pessoal foi multado por não usar cinto de segurança.
E mais: bateu boca, apoiado por sua esposa – em campanha ostensiva para a Prefeitura de Londrina – com os policiais, deu carteiraço (“eu sou deputado federal”), fez aquele show de horrores que o caracteriza.
E mais: produziu prova contra si próprio, pois filmou tudo e postou em sua página no Facebook.
E mais: o valor da tarifa é estipulado pelo governo estadual; portanto o deputado federal não tem nada a ver com isso. A presença da mulher e dos filhos (um deles eleito deputado estadual) torna explícito seu objetivo eleitoral. O outro filho está sendo “preparado” para disputar uma vaga na Câmara de Vereadores no ano que vem.
Moral desta história imoral: Boca Aberta deu pretexto à abertura de mais um processo na comissão de ética da Câmara dos Deputados por quebra de decoro. Sua conduta de afronta aos policiaisi caracteriza atitude incompatível com o exercício do mandato legislativo. Um dos processos a que responde está em fase adiantada, refere-se a à coerção que praticou contra um médico num hospital também de Jacarezinho, e pode resultar na cassação de seu mandato.
Que assim seja!
(E quanto mais ele apronta, mais dá razão ao meu apelo: Boca tem de ser interditado o quanto antes!)
Nas redes sociais, o deputado encrenqueiro classificou a ação da Polícia Rodoviária Federal como “bandida e covarde”